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Faculdade das Ciências Sociais e Humanas recebe o projeto "Escrever em Silêncio
Sónia Pereira · quarta, 18 de dezembro de 2013 · @@y8Xxv No âmbito do programa Escrever para além do silêncio: escrita autobiográfica com vítimas de violência, realizou-se no dia 4 de Dezembro na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas(FCSH), uma conferência onde a Violência esteve em análise. |
Conferencistas durante a sessão |
21957 visitas Aldo Costa, vice-presidente da FCSH, e Graça Rojão, da Coolabora, deram início a uma sessão repleta de emoções, onde se explicou no que consistiria a conferência. “Escrever para além do silêncio” é um projeto europeu que decorre em países como Itália, Grécia e Portugal. Apesar da sua curta existência este projeto conta já com vários parceiros e com a colaboração de 14 organizações, ligadas às áreas da saúde, educação, segurança e prevenção de violência. Em Portugal este programa tem nove núcleos de apoio à vítima (NAV) espalhados por várias regiões do país como Beja, Évora, Portalegre, Aveiro, Viana do Castelo, Castelo Branco e Bragança. Os NAVs pretende-se dar às vítimas o apoio necessário e incentivar à escrita autobiográfica como forma de reflexão e desabafo. Para além desta ajuda, os núcleos dão a conhecer o que são estereótipos de género, explicando às vítimas que elas não são as culpadas e reencaminhando-as para uma nova vida. “Toda a realidade traz muitas outras realidades dentro dela”, afirma Massimo Grecco, parceiro de uma das organizações coordenadoras, a Università dell’Autobiografia. Durante a sessão foram escutados depoimentos de 36 mulheres que “abriram o seu coração” e deram a conhecer a sua história e as suas vivências. Para além de Massimo, na sessão esteve ainda a sua colega Lucia Portis, pertencente à mesma instituição , que explicou a história da metodologia inerente ao estudo e análise que se tem vindo a fazer para o programa, bem como a importância de se assimilar este estudo como um método pedagógico, onde a formação de profissionais é fundamental. “Escrever para além do silêncio” tem-se revelado um projeto inovador e a maioria das mulheres que nele participaram consideraram a escrita autobiográfica positiva, na medida em que as ajudou a perceber o que viveram ao funcionar como um género de desabafo. Depois da apresentação do projeto, passou-se a um debate onde muitas foram as questões levantadas e em que muitos salientaram positivamente o papel da escrita autobiográfica nassuas experiências pessoais. “A culpa ainda é da mulher? É ela que não se impõe? Como podem os profissionais ajudar a vítima a dar a volta e na sua autobiografia?”, foram algumas das questões levantadas pelo auditório. A apresentação de depoimentos escritos por mulheres vítimas de violência foi um momento de grande emoção. As histórias de sofrimento, que são a realidade de tantas mulheres e famílias, tanto em Portugal como no mundo, sensibilizaram os paerticipantes para a realidade da violência. Finalmente procedeu-se a uma atividade final que tinha como objetivo incentivar todo o auditório a escrever a sua própria carta, ondeconfidenciassem algo íntimo da sua vida. |
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