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Jornalistas da TVI na UBI
Daniela Berrincha · quarta, 11 de dezembro de 2013 · @@y8Xxv Numa era de abundância de informação, onde a concorrência tem aumentado substancialmente, a perda de qualidade dos conteúdos televisivos tem-se tornado uma realidade. |
Conversa informal entre os alunos e os jornalistas da TVI |
21979 visitas Dois jornalistas da TVI, Ana Sofia Cardoso e António Prata, estiveram na UBI no passado dia 5 de Dezembro para abordarem o tema “A evolução do jornalismo televisivo na era da abundância informativa”. Numa conversa informal, os jornalistas deram a conhecer algumas realidades do dia a dia vivido numa redação e analisaram alguns problemas que afetam a televisão portuguesa, dando o exemplo concreto da TVI. Na abertura de sessão, Sónia Pires, aluna da UBI, apresentou o trabalho que está a desenvolver no âmbito do doutoramento em Comunicação e no âmbito do qual se enquadrou esta conferência. Tendo como objeto de estudo a TVI, a sua pesquisa intitula-se “Era da plenty television”, e no decurso dos trabalhos tem vindo a criar um diário de campo com as observações que faz na estação televisiva que visita uma vez por semana. Num ambiente descontraído, António Prata, coordenador de informação, e Ana Sofia Cardoso, pivot do Diário da Manhã e do Jornal da Uma da TVI, abordaram temas relacionados com a televisão numa altura em que os próprios cidadãos passaram a ter "um espaço próprio para publicar informação”. António Prata afirma que o fim da censura e a abertura de televisões privadas foram dois momentos importantes para o jornalismo. A partir daí registou-se uma inovação nos canais televisivos e foi-lhes permitido ter um olhar diferente do país. O coordenador de informação acrescenta que “a televisão foi a caixinha que mudou o mundo, mas agora é o mundo que muda a televisão”. Com a conjuntura atual, as cadeias televisivas privadas vêem-se obrigadas a seguir um enquadramento diferente do que tinham anteriormente, focando-se sobretudo na conquista de audiências, utilizando como meio, por exemplo, os programas de entretenimento. Numa era de grande evolução tecnológica, a televisão por cabo conta com a oferta de 180 canais, o que aumentou a concorrência entre a três estações tradicionais. Na opinião de Ana Sofia Cardoso, “hoje é impensável chegar a casa e ter apenas um canal de televisão, ter apenas um noticiário para ver”, destacando assim a importância de ver diferentes notícias com diferentes enquadramentos. Por outro lado, e já que o mercado não é assim tão extenso e diversificado em Portugal, as cadeias televisivas têm algum receio em arriscar algo diferente, pelo que se mantêm todas num registo muito semelhante. “Apesar da variedade, na maior parte das vezes a diferença não é assim tão notória”, acrescenta a pivot. Nos últimos anos, a televisão tem sofrido uma perda crucial de qualidade e isso deve-se, segundo António Prata, ao facto de “neste momento não existir um canal em falência, como acontecia em 2000 com a TVI, mas sim três”. Quanto à utilização da internet como fonte de informação, os jornalistas defendem que é uma ferramenta fundamental pois pode utilizar-se a partir de qualquer lugar e de qualquer dispositivo, considerando-a como um bem essencial. O único aspeto negativo é o facto de haver pouca seleção nos conteúdos pois “acabamos por despejar toda a informação”, diz António Prata. Aberto o debate, os jornalistas responderam a várias questões. Numa delas procurou-se saber a razão para os erros ortográficos e gralhas que sejam tão frequentes nos oráculos. A falta de profissionais nas redações, sobretudo ao fim-de-semana, pode justificar esta situação, responderam os convidados. Ana Rita Grosso, aluna do primeiro ano de Ciências da Comunicação, diz que “eventos como estes enriquecem bastante e dão a conhecer a verdadeira realidade. De certa forma ainda incentivam mais a lutar por aquilo que os estudantes querem no futuro, trabalhar numa redação”. |
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