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Alunos testam Covilhã na pele de pessoas com limitações
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 20 de novembro de 2013 · Estudantes de Psicogerontologia andaram pela Covilhã de cadeira de rodas, canadianas e óculos especiais, para perceber como é o dia-a-dia de idosos ou pessoas com deficiências |
Ao longo da atividade que decorreu na Covilhã, os alunos testaram algumas formas de mobilidade reduzida |
21959 visitas Que dificuldades encontram as pessoas com mobilidade reduzida, quando circulam pela Covilhã? A pergunta foi dirigida aos alunos do primeiro ano do mestrado em Psicologia e converteu-se num desafio. Equipados com uma cadeira de rodas, canadianas e instrumentos para limitar parcial ou totalmente a visão, saíram para a rua onde encontraram passeios irregulares e com alguns buracos, além de paredes com saliências. Características que dificultam os movimentos de quem apresenta debilidades físicas. “Está a ser muito complicado”, desabafou Verónica Raulino, que desceu a Estrada do Sineiro, desde as instalações da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH – UBI), com os pés presos por um cordel e apoiando-se numa canadiana. Para esta aluna da unidade curricular de Psicogerontologia, que experimentava o que sente uma pessoa de idade avançada, seria importante eliminar a irregularidade dos passeios. “A muleta pode prender-se e provocar uma queda”, alerta. A Maria Lopes coube simular a doença de glaucoma. Durante vários metros caminhou com um défice visual acentuado). O que mais a ajudou foi “conhecer o caminho”, reconheceu após terminar o teste: “A rua apresenta alguns problemas, embora eu sinta que, como o percurso me é muito familiar, colmata as dificuldades. Contudo, os passeios e as paredes têm buracos e saliências. Quando não se consegue ver o todo da realidade, é muito fácil irmos contra obstáculos”. A atividade juntou na última quinta-feira cerca de 50 alunos que testaram os equipamentos em algumas zonas da cidade, além do percurso entre a FCSH e o Pelourinho. Apesar dos obstáculos encontrados, a docente de Psicogerontologia que coordenou o exercício não considera que a Covilhã seja um local com tudo por fazer no âmbito das acessibilidades. “Tem alguns aspectos que já estão trabalhados. Há outros que são grandes desafios, como também acontece em cidades com condições que pareçam à partida mais fáceis”, explica Marina Afonso, lembrando que “a arquitetura e a geografia também dificultam algumas coisas”. Mais do que fazer desta ação um alerta para as instituições da Covilhã, a ideia pretendia alertar os estudantes para a vulnerabilidade a que estas pessoas estão sujeitas. “Quisemos mostrar aos alunos como é o dia-a-dia de uma pessoa com limitações, para que sejam cidadãos mais ativos, percebendo que, como psicólogos, têm um contributo a dar na construção de ambientes mais acessíveis”, conclui Marina Afonso. |
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