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Marcelo Rebelo de Sousa discute O estado do Estado na UBI
Daniela Berrincha · quarta, 27 de novembro de 2013 · @@y8Xxv Anfiteatro cheio para ouvir Marcelo Rebelo de Sousa na UBI. |
Auditório da conferência de "O estado do Estado" |
22009 visitas Marcelo Rebelo de Sousa foi o convidado do Grupo de Estudos Políticos na conferência que decorreu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), na segunda, dia 18 de novembro. O Estado não está condenado? Faz sentido falar de Estado? Foram estas algumas das questões respondidas por Marcelo Rebelo de Sousa, que ao longo da sua conferência falou ainda da reforma do Ensino Superior. O professor começou por fazer um resumo da história de Portugal, sensivelmente desde a época dos Descobrimentos, onde frisou que depois deste apogeu Portugal perdeu o que de melhor tinha conseguido. Guerras de sucessão na coroa, dívidas, manutenção das colónias, perda das rotas do ouro e das especiarias, são acontecimentos que levaram Portugal a perder força e a decair. Considerando que “o século XIX foi uma fábula”, o professor evidencia que Portugal realmente foi abaixo no século XX onde a entrada na "democracia que resultou numa instabilidade gigante, foi a guerra da descolonização, a entrada na União Europeia e numa nova economia. Foi tudo ao mesmo tempo, sem termos tempo de nos habituarmos às mudanças”, disse Marcelo Rebelo de Sousa. O professor considera que "a culpa do estado do país não é do atual Governo, do anterior nem do anterior a esse: deve-se, sim, a uma conjuntura de há várias décadas e que se tem vindo a agravar". Na sua ótica, este Governo começou "pelo fim, pelo corte de despesas. Vão-se fazendo remendos, ganha-se tempo mas não se chega a fazer a Reforma do Estado”, medida que julga ser essencial, visto que “a Administração Pública é uma manta de retalhos”. Quando abordado o tema das universidades, Marcelo Rebelo de Sousa diz que “não entende o distanciamento entre universidade e politécnico”. Hoje em dia seria fundamental a cooperação entre as entidades de ensino, não só para promover o cruzamento de pessoas mas também para se apoiarem a nível de equipamentos. O ensino muda de politécnico para universidade, como entre universidades porque o seu corpo docente é diferente e as cadeiras a lecionar são distintas, não devendo isso ser tomado em conta para criar disparidades. Terminada a conferência, abriu-se um espaço de debate livre. Inspirada na citação “se destruímos os símbolos deixamos de ter referências”, dita pelo convidado, surgiu uma questão sobre o novo acordo ortográfico e a perda da língua como um símbolo. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que essa mudança não é fatal para a língua Portuguesa e serve de proximidade entre Portugal e o Brasil. O que considera grave é a falta de uma política consistente na falta de valorização da língua apontando a falta de leitura e a pobreza de vocabulários dos portugueses. Questionado sobre uma eventual candidatura nas próximas Presidenciais, o professor foi sucinto: “Não vou dizer nunca nem certamente”. O aluno de CPRI, Rodolfo Rodrigues, estava satisfeito com escolha do convidado para esta conferência: “É uma honra ter aqui na minha faculdade o professor Marcelo Rebelo de Sousa. Já tivemos outras figuras importantes, mas sem dúvida que hoje estou mesmo muito satisfeito de o ver aqui falar destas questões que para nós são tão importantes”. Vitor Barros Correia, membro do Grupo de Estudos Políticos, ficou surpreendido com a adesão dos ubianos ao evento e pretendem continuar com este tipo de programas: “Nunca tivemos uma audiência tão participativa e tão grande. O nosso interesse é sempre criar o debate, não a coesão mas sim a postura crítica”, disse. |
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