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Simuladores são os primeiros pacientes dos alunos de Medicina
Rodolfo Pinto Silva · quarta, 13 de novembro de 2013 · @@y8Xxv No Laboratório de Competências da Faculdade de Ciências da Saúde os alunos treinam procedimentos clínicos em robôs que imitam o corpo humano |
A partir do primeiro ano, os alunos da Faculdade de Ciências da Saúde são colocados perante situações que farão parte do dia-a-dia da profissão |
21967 visitas O espaço apresenta algumas semelhanças físicas com uma unidade de saúde, dividido em consultórios e equipado com instrumentos clínicos. Numa das salas, uma equipa tenta reanimar um paciente que sofre de complicações decorrentes de uma infecção generalizada. Mais tarde, o mesmo grupo assiste a um parto bem-sucedido. Estas são algumas das muitas situações com que os médicos se deparam no seu dia-a-dia e que são simuladas no Laboratório de Competências (LaC) da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade da Beira Interior (UBI). A partir do primeiro ano, os alunos de Medicina são colocados perante o desafio de dar resposta a casos simples – como aplicar uma vacina –, mas também situações de morte súbita ou paragem cardíaca. O exercício é feito em modelos à escala humana, alguns deles robotizados, programados para recriarem as mesmas respostas fisiológicas de um corpo humano. “Temos simuladores de todos os tipos. Do modelo completamente inerte até aos mais sofisticados, que recriam baixas tensões e alterações cardíacas ou respiratórias, entre outras. É possível treinar tudo”, explica Miguel Castelo Branco, presidente da FCS, sublinhando a importância desta prática de ensino: “Dá uma experiência prévia que permite, mais tarde, o tratamento dos doentes com maior segurança”. Ana Cruz, ainda no primeiro ano da Licenciatura em Medicina, tem poucos meses de curso, mas já passou pelo LaC para testar a resposta a algumas técnicas clínicas. Entende que este tipo de aprendizagem é o complemento ideal às salas de aula. “O corpo é palpável, não é algo teórico. Por isso, os simuladores ajudam-nos bastante”, explica. Ideia partilhada por Camila Pereira, no quarto ano de Medicina e mais rotinada na utilização dos simuladores. “Tivemos oportunidade de estar presentes em meio clínico e de usar práticas que já tínhamos treinado no Laboratório”, refere a aluna, que acrescenta: “Foi mais fácil lidar com o doente porque sabíamos como fazer os procedimentos em vez de seguir apenas o protocolo”. O recurso ao Laboratório de Competência, segundo Miguel Castelo Branco, vai ampliar-se a um tipo de exercício mais próximo do real, abrangendo várias áreas profissionais ligadas à saúde. “Pensamos introduzir, ainda este ano, o ensino multiprofissional, que implica juntarmos à volta de um caso clínico estudantes de várias áreas. No terreno terão de trabalhar em conjunto, daí que seja importante treinarem desde já essa convivência”, salienta. Ainda no contexto da simulação médica, a FCS recebe a partir de amanhã, 14 de Novembro, a segunda edição do congresso organizado pela Sociedade Portuguesa de Simulação aplicada às Ciências da Saúde (SPSim). O evento, cujo ciclo de conferências começa sexta-feira, a partir das 10h00, reunirá um conjunto de convidados internacionais, especializados nesta área. Miguel Castelo Branco, que também coordenada o LaC e é vice-presidente da SPSim, prevê uma “jornada útil para melhorar a utilização de simuladores no ensino, para que os estudantes tirem o máximo proveito e possam ser melhores profissionais”. |
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