Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Bonecos alentejanos regressam ao Teatro das Beiras
Gonçalo Silva · quarta, 6 de novembro de 2013 · O Festival de Teatro, que decorre na Covilhã de 1 a 9 de novembro, teve no primeiro dia o espetáculo Bonecos de Santo Aleixo. |
Teatro das Beiras |
21954 visitas Foi com uma sala lotada que se deu início a mais um Festival de Teatro na Covilhã. Era notória a boa disposição do público antes do início do espetáculo, bem como os olhares fixos das crianças que tentavam adivinhar o que estava por detrás daquela pequena cortina. As cortinas abriram ao som de uma guitarra portuguesa tocada ao vivo, mostrando uma miniatura de um retábulo no qual pequenos bonecos de madeira e cortiça dançavam, como se tivessem vida própria. As cores do palco, o jogo de luzes que se criava à volta dos bonecos, bem como as suas movimentações causavam rasgados sorrisos não só aos mais pequenos, mas também aos mais crescidos. Como reportório, os Bonecos de Santo Aleixo apresentaram histórias como Adão e Eva ou Abel e Caim, fazendo ainda uma caracterização da terra onde nasceu esta expressão artística alentejana. O público que era sempre chamado a participar no espetáculo através de improvisos por parte dos atores, respondia sempre com humor e fortes aplausos. Ao longo de uma hora, os Bonecos de Santo Aleixo, com as suas cantigas e textos que resultam de uma fusão entre a cultura popular e uma escrita erudita, encantaram a audiência com a simplicidade do espetáculo. Maria Bogalheiro, uma atenta espectadora, considera que não é a técnica o importante, mas sim a “arte que eles conseguem fazer passar por aqueles bonecos e a interpretação que eles dão a vida”. José Russo, um dos atores-manipuladores do espetáculo, diz que este projeto “já conta com 32 anos de existência e nasceu da recolha de material que estava na memória do Mestre Talhinhas. Foi com ele que aprendemos e fixamos este projeto”, refere. Mostrando uma visão otimista, garante que faz todo o sentido continuar esta expressão artística “porque isto é a fonte de inspiração de muitas coisas. É como o jazz, ou as peças do Shakespeare, que nunca se vão deixar de fazer”. Este primeiro dia do Festival de Teatro da Covilhã, contou com a forte adesão das pessoas, entre os quais Vitor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã. Antes do espetáculo, o quarteto de saxofones da Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI), deu “música” ao público. O Festival que começou no dia 1 de novembro tem duração até ao dia 9 de novembro, e vai contar com diferentes tipos de espetáculos. |
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