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O segredo das publicações científicas
Eduardo Alves · quarta, 30 de outubro de 2013 · @@y8Xxv Uma jornada de trabalho e discussão em torno do tema da comunicação em ciência decorreu na passada sexta-feira na academia. Diretores de revistas científicas, investigadores, docentes e alunos participaram neste evento dinamizado pelo LabCom. |
O evento reuniu um vasto conjunto de membros da academia |
21956 visitas As jornadas de “Comunicar Ciência” superaram em larga escala os números apontados pela organização. Ao longo de todo o dia foram muitos os membros da comunidade académica e não só que quiseram marcar presença neste evento que teve como principal objetivo o debate da comunicação em ciência. Rankings científicos, formas de publicação e revistas da especialidade foram apenas alguns dos assuntos que mereceram a atenção dos oradores convidados a participar e do público que marcou presença quer na sala dos Conselhos, quer no Anfiteatro 1 da Universidade da Beira Interior. Ao longo da primeira parte desta jornada científica, a Sala dos Conselhos foi pequena para o número de participantes no evento. Uma iniciativa marcada pela intervenção de responsáveis de algumas das principais revistas internacionais e também alguns dos organizadores dos rankings científicos. Nas várias intervenções dos oradores um dos pontos que marcou as comunicações diz respeito à forma como se estão as processar os valores dos trabalhos científicos. Caso exista um conjunto de parâmetros já reconhecidos, como autores de relevo, citações de artigos referenciados e publicações reconhecidas anteriormente, os artigos acabam por ganhar maior relevância, em relação a trabalhos de quem esteja a começar a sua carreira académica. Daí que “muitos dos rankings científicos que atualmente se encontram em voga nem sempre espelhem a realidade”, confessou Rodrigo Comesaña, da Universidade de Leiden, na Holanda. Nunes Vicente, da Universidade de Coimbra, abordou a mesma temática mas aponta para uma vertente mais positiva desta temática. Segundo o docente e investigador, os rankings e as avaliações científicas devem ser analisados desde a sua matriz, até porque, “quando se trata de avaliações e revisões feitas por pares estamos perante o melhor sistema que conhecemos para avaliar as publicações científicas”. No entender deste orador, “são as instituições científicas internacionais e as universidades que dão origem às melhores revistas”. Outras das intervenientes a abordar de forma geral a temática científica foi Paula Pechincha, da Universidade do Porto. Para esta responsável, a classificação das universidades, que está hoje cada vez mais na ordem do dia, “é também um assunto que deve merecer toda a atenção por parte da comunidade científica”. Isto porque, diz a oradora, “existem diversas formas de produzir rankings de instituições e muitas vezes estes são feitos sem que os seus promotores solicitem informações às academias”. No caso da Universidade do Porto, uma das instituições portuguesas assinaladas neste tipo de classificação, “há algumas organizações que nos pedem dados e outras que não. E há também outros ainda que acabam por contactar os nossos parceiros para se inteirarem da vida da instituição”. Ainda assim, Paula Pechincha alertou para o perigo “de quando as universidades quererem estar nestes rankings em posições de grande crescimento acabam por esquecer a sua principal função, a de ensinar”. Por outro lado, esta análise tem um efeito benéfico “porque as universidades são forçadas a conhecerem-se a si próprias e às suas parceiras”, remata. |
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