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Latada molhada, Latada abençoada
Liliana Serafim · ter?a, 29 de outubro de 2013 · Continuado Nem a chuva e o frio que se fizeram sentir conseguiram estragar o estado de espírito dos estudantes. A Latada ficou marcada por várias críticas à universidade e ao governo português. |
Carro alegórico de Ciências Farmacêuticas, vencedor da Latada 2013 |
22021 visitas Na quarta-feira, 23 de outubro, pelas 14 horas, realizou-se o tradicional cortejo da Latada na cidade da Covilhã. Depois de seis semanas a preparar a Latada, chegou o momento dos 29 cursos da academia ubiana saírem às ruas da Covilhã para mostrarem o trabalho desenvolvido ao longo das praxes. Este ano, o cortejo contou com mais um curso: Ciências da Cultura. Os temas principais dos carros alegóricos deste ano foram dirigidos ao governo português, principalmente ao primeiro-ministro Passos Coelho e ao reitor da universidade. Os cursos fizeram ainda várias críticas aos serviços académicos da instituição, às propinas elevadas, bolsas de estudo em atraso e às cantinas da UBI. Para muitos estudantes, este é um dia muito importante, principalmente para os caloiros, que participaram no desfile. Marta Sanchez, caloira de Estudos Portugueses e Espanhóis, não escondeu a sua satisfação: ”Está a ser muito divertido. Tirando a chuva, o frio, e estar um pouco doente, estou a gostar muito. É muito mais giro fazer a latada do que ver a latada”. Já para Rita Pardal, aluna finalista de Medicina, esta foi a última Latada em que participou. “Para mim foi muito sentimental, como era a última, vivi-a ao máximo. Eu gosto da chuva na Latada porque para mim tem um significado diferente”, afirmou Rita. O cortejo contou pela primeira vez com um plano de segurança próprio, organizado pela AAUBI. A associação académica trabalhou em parceria com os Bombeiros Voluntários da Covilhã, a Cruz Vermelha, a Proteção Civil e o Centro Hospitalar da Cova da Beira, para aumentar o apoio aos que, em caso de emergência, necessitam assistência imediata. Ao longo do percurso do desfile foram instalados quatro pontos de apoio de emergência, dos quais três com unidades de apoio fixas. Manuel Fernandes, funcionário do bar do polo principal da UBI, mostrou o seu contentamento com o plano de segurança. “Pela primeira vez, a assistência da Cruz Vermelha Portuguesa pôs um insuflável que filtra logo à partida qualquer problema que haja com os alunos, porque há excessos. Mas acho que correu muito bem, poucas sirenes se ouviram nesta Latada.” Depois de terminar o desfile de alguns cursos, um cidadão covilhanense, referiu que a Latada parecia mais fraca em tudo."Não há dinheiro. No ano passado foi muito diferente. Houve mais movimento.” O cortejo ficou ainda marcado pela ausência do burro que transporta o vinho para os cursos. Manuel Fernandes apontou a razão para ausência do burro: “há 23 anos que é o senhor António que costumava trazer burro, mais tarde substituído por um cavalo. Como o senhor já tem mais de 80 anos, adoeceu, foi para casa da filha e vendeu o cavalo. Eu tentei por vários meios arranjar um animal, mas não consegui”. Com o mau tempo que se fez sentir, mesmo que houvesse animal, a sua participação poderia estar em causa: “Com o mau tempo não há possibilidade de levar o burro, porque o animal não aguenta carregado de vinho”, declarou Manuel Fernandes. O desfile teve início no polo principal, onde os caloiros empurraram o carro alegórico, saltaram, beberam e cantaram as músicas do seu curso até ao Pelourinho, local onde são lidos os discursos. O trofeu da Latada foi para o curso de Ciências Farmacêuticas, num ano em que não houve desclassificações de cursos, nem carros incendiados como no ano anterior. |
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