Um júri composto por personalidades de relevo ligadas ao mutualismo considerou o projeto da associação covilhanense “da maior relevância” e distingue agora a instituição da cidade da Covilhã com um dos mais importantes galardões da área.

Carlos Casteleiro, presidente da instituição, garante que este é o culminar “de um amplo projeto iniciado há vários anos que foi agora reconhecido por entidades oficiais a nível nacional”. Em conferência de imprensa, o responsável pela instituição de apoio social fez uma compilação dos últimos anos de trabalho que, segundo o mesmo, deram origem a projetos como a cantina social, a farmácia, o alargamento da rede de apoio domiciliário e de diversos serviços médicos, de enfermagem, entre outros. Casteleiro aponta “o trabalho de todos os funcionários desta casa” como o principal motor para se chegar à distinção agora conseguida.

Um prémio que vem pela primeira vez para a Beira Interior. Para Carlos Casteleiro, os projetos da Mutualista acabam agora por distinguir a instituição. A primeira a ter uma cantina social no País, está também equipada com uma farmácia social e tem em mãos um dos mais ambiciosos projetos de solidariedade social, as refeições gratuitas servidas “a quem tem fome, a quem mais precisa”. É precisamente este ponto que o médico, presidente desta organização há mais de oito anos, faz questão de evidenciar. Casteleiro lembra que a Mutualista “suportou ao longo de três anos, a cantina social, sem ter apoio de uma única entidade”. Há cerca de ano e meio que a Segurança Social dá alguns fundos, mas a Mutualista “continua a servir as refeições a quem precisa, de forma totalmente gratuita”. Neste sentido, o responsável máximo pela associação de socorros mútuos aproveitou a oportunidade para lançar o desafio à Câmara da Covilhã, juntas de freguesia e demais instituições para abraçarem um projeto conjunto no concelho.

O próximo grande objetivo da Mutualista diz respeito a um projeto social de larga escala que pretende “dar de comer a quem mais precisa, até porque, se hoje servimos mais de 60 refeições, podemos garantir o apoio até cerca de cem”. Com a crise social a agravar-se, A Mutualista, “que também passa dificuldades, não pode deixar de matar a fome a quem nos bate à porta”. No entender de Carlos casteleiro, “com o apoio destas instituições é possível continuar a sinalizar as situações mais prementes e dar uma resposta efetiva”.

Um projeto que deverá continuar, mas não com Carlos Casteleiro. O médico diz que no próximo ano termina o seu terceiro mandato e como tal, “apenas numa situação limite me voltaria a recandidatar”. Apoiar quem queria trabalhar na Mutualista e “continuar a exercer as minhas funções cívicas”, são passos que o clínico espera dar. Agora num novo cenário político no que diz respeito à Câmara da Covilhã. Com o socialista Vítor Pereira aos comandos da autarquia, Casteleiro diz esperar melhoras no apoio à Mutualista, até porque “nada pode ser pior do que os últimos oito anos em que os responsáveis pela edilidade não deram um cêntimo a nenhum projeto da associação”.