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Covilhã invadida por novos odores
Débora Lopes · quarta, 30 de outubro de 2013 · Passadas quatro semanas de praxes, gritos, canções e já algum cansaço estampado no rosto de quem praxa e de quem é praxado, chegou para os novos alunos um dos dias mais aguardados da sua vida académica, o batismo. Mantendo tradição os alunos da universidade da beira interior realizaram mais um batismo, que confirma a entrada oficial dos caloiros na família ubiana. |
Batismo termina com a ida a banhos nos lagos cidade |
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Foi entre litros de água e quilos de farinha que um a um foram acolhidos os alunos de primeiro ano da UBI que decidiram passar cinco semanas pela praxe. Dizendo os nomes que lhes foram atribuídos pelos alunos mais velhos do curso, que os acompanharam nesta nova fase das suas vidas. Avemus Praxis, foi a frase mais dita pelo Imperatorum, figura máxima da praxe na academia beirã, como confirmação a cada um dos caloiros pelo seu batismo. O ambiente era de entusiasmo, o sorriso estampado no rosto de todos os que sentiam o momento como uma recompensa por todas as horas passadas em praxe, pelo tempo sem dormir e pela fadiga no trabalho de preparação da Latada. Cada curso apresentou uma coreografia ou um teatro mostrando o trabalho que têm realizado como forma de saber o lugar que irão ocupar no cortejo académico de final de praxe, a Latada. Após essa apresentação dos caloiros para o fórum veteranum, superiores e caloiros sairam do recinto para dar início aos batismos de curso. Os superiores de cada curso batizaram os caloiros com diversas substâncias que juntaram ao longo de vários meses para deitar em cima dos caloiros. O batismo sujo é dos rituais mais conhecidos na UBI e vai desde comida estragada, borras de café, óleos alimentares queimados a outras substâncias que libertam um cheiro nauseabundo. O mais importante é que ninguém fique limpo. Tudo é vivido num clima de euforia, pois é dos dias mais esperados por todos os estudantes que no final deste têm por hábito tomar banhos nas fontes e lagos da cidade. Para os caloiros, a experiência é vivida de diferentes perspetivas. “Nunca me senti tão bem mesmo estando sujo! Foi das melhores coisas de sempre. Diverti-me imenso, gritámos, cantámos sem nunca nos cansarmos, com um único objetivo defender o nosso curso. É uma sensação tão boa, é tanta adrenalina que nem dá para explicar. É algo que nos enche o coração. Gostei principalmente de ver todo o nosso trabalho ser recompensado com um bom lugar na Latada. Tudo isto é uma sensação única, algo que nos marca para o resto da vida. Sinceramente estes têm sido dos melhores tempos da minha vida” diz Diogo Silva, caloiro de Ciências da Cultura. Carlos Pereira, caloiro do curso de Cinema, é um exemplo de quem não apreciou da mesma forma a tradição do batismo sujo; “ Foi nojento. Quando senti aquilo a escorrer me nas costas só me apetecia vomitar e o cheiro era horrível”. Para os praxantes, “o batismo é um dia importante quer para caloiros quer para superiores pois ajuda a criar uma relação mais pessoal e unida entre todos é uma forma de integração de ambos os lados da praxe num só, onde estão caloiros e superiores, apesar de nem todos o quererem fazer. Mas quer se juntem aos caloiros, quer fiquem só a deitar as mistelas o ambiente é sempre bom, o que é necessário é depois não fugir dos caloiros e mostrar que estamos todos iguais, pois já todos passaram por isso e gostaram tanto que até repetem e sujam-se também”, diz Fábio Santos, Grão-Mestre do curso de TSI. O dia acabou com a revelação da ordem de Latada, onde se sabe qual a posição que cada curso ocupa no cortejo em resultado da prestação que cada curso teve nas coreografias e teatros de batismo. |
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