Atualmente, o termo «público» usa-se em vários sentidos. Falamos do público do teatro, do cinema, dos jogos de futebol etc. Existem dois sentidos na palavra público: público como acessibilidade e público como bem ou interesse comum.

1. Público refere-se ao acesso de vários indivíduos a um mesmo lugar - o lugar ou espaço público. Na Grécia Antiga, o espaço público era o lugar do reconhecimento da liberdade e da igualdade na cidade-estado. Em Roma, a res publica era uma propriedade geralmente aberta à população. Na Idade Média, o espaço público era o local de acesso à fonte e à praça do mercado.

2. Público refere-se a questões de interesse comum e a matérias relacionadas com a Administração e o Estado. Na Idade Média, senhorial e público eram sinónimos. Publicar significava requisitar para o senhor. No século XV, a Corte é o espaço público onde se adquire influência junto do Rei. Com o desenvolvimento da burguesia, o interesse público é conhecer os produtos e respectivos valores de circulação monetária. A partir dos séculos XVII e XVIII, o público é um espaço de discussão crítica existente nos salões, cafés, clubes e na imprensa. Durante o absolutismo, o Rei é pessoa pública: um unificador da sociedade. Nos séculos XVIII e XIX, o público é o Estado e uma entidade que fiscaliza quem governa. Nos séculos XIX e início do século XX, o público é um fenómeno colectivo e psicológico. Gabriel Tarde (1843-1904) sistematizou a história do público no livro A Opinião e a multidão (1901).

O aparecimento da Sociologia da Comunicação e o desenvolvimento dos meios de comunicação social são referências actuais para a teoria do público. O público constitui uma soma de opiniões individuais medidas através de inquéritos, sondagens e audiências. As teorias mais recentes afirmam que o público discursivo e crítico representa uma pequena fatia do eleitorado moderno. Só assim se explica a indiferença dos cidadãos em relação à política.