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António Fidalgo toma posse como reitor
Eduardo Alves · quarta, 11 de setembro de 2013 · @@y8Xxv Está instituída a nova equipa reitoral da Universidade da Beira Interior. Na cerimónia de 5 de setembro, António Fidalgo, novo reitor da academia, falou sobre o futuro da universidade, da região e do sector educativo. Coesão e pluralidade são marcas que o novo reitor quer projetar. |
António Fidalgo é o quarto reitor da Universidade da Beira Interior |
21972 visitas O novo reitor da Universidade da Beira Interior aproveitou o momento da sua tomada de posse para fazer uma leitura dos principais desafios da academia, no futuro próximo, mas também de todos os seus parceiros. António Fidalgo começou a sua intervenção reiterando o compromisso da instituição que agora dirige, com a região, uma marca que “está na génese da criação da Universidade da Beira Interior, faz parte do seu nome, e é, por isso, uma das suas razões de ser. Esse compromisso reafirmo-o solenemente neste momento em que assumo as funções de reitor”. Uma cerimónia que serviu também para dar posse à restante equipa, constituída por Mário Raposo, Paulo Moniz e António Marques Cardoso, como vice-reitores e Isabel Cunha, como pró-reitora. João Canavilhas assumiu o cargo de vice-reitor na segunda-feira, 9 de setembro, uma vez que no passado dia 5 se encontrava no estrangeiro por motivos profissionais. Segundo a perspetiva de Fidalgo, apenas se pode pensar no desenvolvimento sustentável e no crescimento efetivo da academia, quando este seja também visível na região em que esta está inserida. Nesse contexto, o reitor lembra que “não há universidades pujantes em regiões deprimidas, nem regiões social e economicamente fortes sem universidades dinâmicas e de reconhecida qualidade”. Perante uma plateia de autarcas e outros responsáveis de organismos nacionais e regionais António Fidalgo faz referência à melhor maneira da região apoiar a UBI, que é “esta ser uma região desenvolvida e sustentável”. Na sua primeira intervenção, o novo reitor identificou os dois principais desafios futuros, não só para a universidade, mas para toda a Beira Interior. Segundo o responsável máximo pela instituição, “os problemas passam pela fraca densidade populacional e fraca atividade económica e cultural”. “Se as escolas dos ensinos básico e secundário estiverem cheias, se o ensino aí ministrado for de qualidade, se a região tiver uma economia capaz de absorver mão de obra superiormente qualificada, se houver uma vida cultural vibrante, então a UBI terá uma sustentação forte e o seu futuro estará definitivamente assegurado. Uma região desenvolvida terá capacidade, e a legitimidade, de exigir à universidade padrões elevados de qualidade”, atesta. Criar emprego qualificado, atrair pessoas e conferir condições de vida aos seus habitantes são propostas de futuro para a região, que acabam por passar também pela universidade. Outro dos pontos que marca também a primeira intervenção de Fidalgo é precisamente a reorganização da rede do ensino superior a nível nacional. Esta temática está na ordem do dia, “e a evolução demográfica a isso obriga, e não podemos deixar de, entre nós, debatermos as soluções que salvaguardem os interesses do Interior e de, em conjunto, lutarmos por elas”. O novo reitor lançou a proposta da realização de um seminário anual “que congregue instituições de ensino superior da região, autarquias e associações empresariais da Beira Interior com o objetivo de estudar e elaborar projetos comuns”. José Manuel Paquete de Oliveira, presidente do Conselho Geral da UBI foi outro dos oradores nesta cerimónia de tomada de posse. Este lembrou que “o reitor é o expoente máximo da UBI e o Conselho Geral tem a seu cargo a sua eleição pelo que lhe deverá dar todo o apoio”. Perante o secretário de Estado da educação, presente na tomada de posse, Paquete de Oliveira lembra que os dias que correm “não são fáceis, e as encruzilhadas em que se encontram as universidades agravam o cenário, até porque a praga de cortes presente nos orçamentos olha para tudo como despesas e tudo asfixia. É impossível que as universidades não sintam estes cortes”. Já o representante do governo preferiu anunciar a “plena utilização de receitas próprias por parte das universidades”. José Ferreira Gomes contrariou assim informações tutelares veiculadas nas últimas semanas e que iam em direção oposta. A redução na percentagem de utilização de receitas próprias foi um dos motivos que levaram os reitores das academias a não apresentarem ainda os orçamentos para o próximo ano. O secretário de Estado atesta “os sacrifícios que têm vindo a ser feitos pelas universidades”, mas pede a continuidade da economia de receitas públicas. A cerimónia ficou ainda marcada pela ausência da Associação Académica da Universidade da Beira Interior. Em comunicado, a direção da AAUBI explica que “a sua ausência nesta cerimónia, de elevada importância para a academia e para o futuro de todos os estudantes UBIanos” se deve ao facto de a AAUBI “não ter sido convidada a estar presente em tempo útil, uma vez que apenas no dia 4 de setembro o presidente da AAUBI foi convidado via email pelas 16 horas, podendo até ser entendido este atraso como premeditado”. Na mesma nota sublinham que esta é “uma situação que nos entristece e que pouco honra esta instituição e as relações que têm vindo a ser desenvolvidas desde sempre entre a UBI e a AAUBI”. “De qualquer forma, congratulamos e saudamos o novo reitor da Universidade da Beira Interior e toda a nova equipa reitoral e aproveitamos para reforçar toda a disponibilidade e vontade da AAUBI de continuar a trabalhar em comunhão e em parceria com a UBI, de forma a estabelecermos as melhores oportunidades e atividades para todos os estudantes”, acrescentam ainda. Já no decorrer da cerimónia, aquando da intervenção pública do novo reitor, cerca de uma dezena de alunos promoveram um protesto simbólico, empunhando diversos cartazes na sala ao longo de alguns minutos. Uma ação onde reclamavam a presença e as palavras da AAUBI e que dizem ter sido solidária com os membros da associação académica. |
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