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Vítor Pereira quer novo rumo para a Covilhã
Eduardo Alves · quarta, 3 de julho de 2013 · O candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal da Covilhã apresentou as linhas mestras do seu programa. Com a presença do secretário geral do partido, António José Seguro, o atual vereador da autarquia enviou recados aos candidatos do PSD. |
A apresentação da candidatura decorreu na sede do GIR do Rodrigo |
21968 visitas Foi uma cheia de gente e calor aquela que recebeu António José Seguro, na tarde do passado sábado, 29 de junho, no Grupo de Instrução e Recreio do Rodrigo, na Covilhã. O secretário geral do Partido Socialista percorreu o território que o viu nascer e marcou presença na apresentação da candidatura de António Dias Rocha, à Câmara de Belmonte e Vítor Pereira, à Câmara da Covilhã. Depois de ter passado pela terra de Cabral, Seguro veio à “cidade neve” dar o seu apoio ao antigo colega de bancada na Assembleia da República, que agora concorre, pela terceira vez, à autarquia da cidade. Numa tarde de intenso calor, foram muitos os que se reuniram na coletividade que tem sido alvo de “perseguição política por parte da edilidade”, lembra o candidato socialista. Efetivamente, o atual presidente social democrata que distinguiu nos seus primeiros anos de liderança, a instituição com a medalha de mérito municipal, acabou por, nos últimos meses, cortar relações institucionais com esta mesma associação. Pereira diz querer fazer o contrário “e apresenta uma candidatura para unir o concelho e as pessoas e não para criar guerras”. Mensagens semelhantes foram também endereçadas aos candidatos da oposição que, em certa medida, estão colados ao atual autarca. Trata-se de Joaquim Matias, candidato do PSD e antigo vereador da câmara e o atual vice-presidente do município, Pedro Farromba, que concorre com o apoio do CDS. Vítor Pereira lembrou que estes, “os herdeiros das políticas que têm vindo a ser prosseguidas no concelho, devem explicar como vão agora trabalhar com quem sempre hostilizaram”. O antigo deputado da Assembleia da República lembra que, nos últimos anos, “o interior foi fustigado pela crise ‘laranja’”. Isto porque, “onde o PS construiu autoestradas, o PSD criou portagens, onde o PS construiu escolas, o PSD e o CDS lançaram impostos, onde os socialistas lançaram faculdades de medicina, o PSD e CDS cortaram no investimento para a educação. Como é que os herdeiros divididos, deste poder, podem respeitar o poder que lhes fez isto no passado. O que é que os herdeiros das fações locais do PSD podem pedir ao PSD nacional, se nunca respeitaram esta região”, interroga o candidato socialista. Ainda neste tema, Vítor Pereira lembra que a Covilhã “é uma cidade de amizade que não gosta de camiões a trancar espaços de convívio. Conheço a minha cidade, orgulho-me dela e da sua capacidade de resistir às adversidades”. Para o atual vereador da oposição, o tema mais premente é da situação financeira da autarquia. Segundo Vítor Pereira, a dívida da Câmara da Covilhã cresceu cerca de 400 por cento nos últimos anos, o que a torna a nona mais endividada, “se nada for feito o futuro será muito pior”, diz o candidato. Daí que, a proposta do candidato socialista passe por apurar o montante da dívida e estabelecer estratégicas de pagamento da mesma. Para além da questão financeira, Pereira deixou ainda um conjunto de ideias de intervenção, agricultura, industrias criativas, ciências da saúde, industria, comércio e uma política fiscal “mais justa, com a redução das taxas municipais”. “Como socialista não serei alheio aos dramas sociais. Há que gerir os recursos humanos da autarquia de forma séria. Não contem comigo, nem com o PS para perseguir pessoas com base nas cores políticas”, alerta. O alargamento destas relações, para além da própria autarquia, passa “à Universidade da Beira Interior, a novas formas de cultura, de desporto, de urbanismo e a um apostar em políticas de emprego para a juventude. Quero que a democracia participativa seja uma realidade na Covilhã”. Seguro parece ter gostado do que ouviu e diz ter-se sentido “em casa”. “Considero todo este território, a minha casa”, atesta o político natural de Penamacor. Na Covilhã, “o futuro passa pelo PS, à esquerda não há alternativa e à direita, os que olharem para aquilo que PSD e CDS têm feito, com toda a certeza que vão apostar em Vítor Pereira”. Para além da Covilhã, o secretário geral do PS falou ainda do interior. Até porque “há muita gente que olha para esta região como um fardo, como um encargo. Muitos dizem que aqui há cada vez menos gente e se calhar o melhor é encerrar o interior. Nós, que aqui vivemos, sabemos da capacidade desta terra, todos temos de lutar por ela”. A puxar a isso, lembrou os governos de António Guterres, que trouxeram a A23, e a faculdade de medicina. O responsável máximo pelos socialistas prometeu ainda que se for primeiro ministro vai rever a lei de reorganização das freguesias, “de modo a ouvir os seus representantes. Não digo que não é preciso reorganizar, mas uma coisa é reorganizar a régua e esquadro e outra coisa é falar com os responsáveis locais”, garante. |