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A Covilhã como deserto cultural
Eduardo Alves · quarta, 26 de junho de 2013 · Na última reunião do executivo camarário, a cultura dominou o debate entre socialistas e sociais-democratas. Os ânimos aqueceram quando se abordou também o problema da estrada do Ourondo onde um acidente automóvel vitimou uma pessoa. |
A reunião do executivo camarário foi dominada pelas autárquicas |
21969 visitas Foi já a meio do encontro de trabalho que Pedro Silva, vereador eleito pelo PSD, comunicou aos restantes membros do executivo municipal o falecimento de uma das três vítimas do acidente automóvel registado na estrada do Ourondo. Recorde-se que esta via municipal que liga aquela localidade a Aldeia de São Francisco de Assis está há vários anos em obras. Há algumas semanas, Carlos Pinto acabou mesmo por “meter na gaveta” um abaixo assinado com cerca de 400 assinaturas para que a intervenção fosse mais rápida e também para ter início junto à localidade da Barroca Grande. Ora, o presidente social-democrata acabou por ordenar precisamente o inverso, ou seja, que as obras fosse mais evidentes no Ourondo. O estado degradado da via e a falta de proteção lateral acabaram por influenciar no trágico desfecho de mais um acidente automóvel registado naquelas paragens. Três mulheres estavam no interior do carro que se despistou e uma delas acabou por falecer, na manhã de sexta-feira, no hospital. À voz indignada de Pedro Silva juntaram-se as de João Esgalhado, também PSD, e dos três vereadores socialistas. O protesto acabou por levar à aprovação de uma moção contra a postura da edilidade nesta matéria. Todos os presentes na reunião se associaram a um minuto de silêncio em memória da vítima deste acidente. Mas o momento que mais quente do encontro registou-se quando o tema da cultura foi debatido. A troca de “mimos” entre Paulo Rosa, vereador com o pelouro da cultura e Vítor Pereira levou também à intervenção do vice-presidente da autarquia, Pedro Farromba, que dirigiu a reunião, uma vez que Carlos Pinto voltou a não estar presente. Rosa começou por apontar o dedo ao vereador e candidato do PS dizendo que este “nunca apresentou uma proposta de iniciativa cultural ao município, nunca esteve presente numa atividade cultural promovida pela câmara, como pode ter uma ideia do que é a cultura na Covilhã’”, interrogou Paulo Rosa. Para o vereador social-democrata, Vítor Pereira “é um inculto” que tem o “funeral político marcado para 29 de setembro”. O candidato socialista ao município e vereador da oposição não gostou de ouvir tais recados, apesar de virem “de um pseudo-vereador da cultura que nem para coveiro politico serve”. Pereira sublinha que “a política cultural na Covilhã não existe, é um deserto nesta matéria”. A troca de palavras acaloradas foi uma constante o que levou Farromba a apelidar o vereador socialista de “mal educado”. Ora, se Vítor Pereira é “mal educado”, Farromba é, na óptica do socialista, “um desnorteado”. |