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Jornalismo: uma profissão especializada
Marco António Antunes · quarta, 12 de junho de 2013 · @@y8Xxv
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21958 visitas Informação e comunicação são acções distintas. A comunicação é um processo global, que deverá conter no mínimo e em termos lineares os seguintes elementos: um emissor, um canal, uma mensagem (que deverá conter os signos comuns - código - aos interlocutores) e um receptor. A comunicação abrange não apenas informação, mas também interpretação, explicação, compreensão, opinião, divulgação, promoção e publicitação. O objetivo principal do jornalismo informativo, enquanto prática da informação, é informar sobre os acontecimentos presentes ou passados de forma imparcial e objectiva. Mas o ser humano é uma natureza singular, racional, inventiva e criadora, logo incapaz de agir sem um mínimo de subjectividade. A excelência do jornalismo depende de rotinas sedimentadas na prática e que correspondem a convicções de democraticidade nas interacções entre o público e os meios de comunicação social. No âmbito do padrão informativo e do padrão opinativo, o jornalista deve apurar os factos e comentá-los com rigor gramatical e estilístico assumindo uma responsabilidade ética, moral e deontológica. Na escrita, o jornalista deve usar frases curtas e simples. O esquema geral é sujeito, verbo e complemento. As frases não devem ultrapassar em média as 12 palavras. Os verbos são na voz activa, de preferência no presente, nas formas simples e afirmativas. As palavras do jornalismo são concretas, conhecidas, curtas, correctas e vivas. Densidade e precisão de significado são também exigidas. A estrutura noticiosa compreende a pirâmide invertida, pirâmide normal e a construção por blocos. A consulta do Livro de Estilo, que compreende regras gramaticais, deontológicas e estilísticas, é garantia de sucesso. O código deontológico deve orientar a conduta jornalística. Fornece normas e deveres profissionais. O jornalista não deve revelar as fontes portadoras de informações confidenciais. Entre outros, constituem também deveres: respeitar a verdade; só obter informações desde que confirmadas por fonte segura; respeitar a vida privada das pessoas; não usar métodos desleais na procura da informação; recusar a difamação pública. Os direitos dos jornalistas referem-se sobretudo à transmissão da informação. Destacam-se os seguintes: liberdade de criação, expressão e informação; liberdade de acesso às fontes de informação; garantia de independência e ausência de pressões; participação activa no respectivo órgão de comunicação jornalística; direito de não revelar as fontes. O verdadeiro jornalista é aquele que sabe reconhecer os seus erros, é incansável na procura do rigor gramatical/estilístico e defende princípios normativos de acção pautados por uma conduta ética, moral e deontológica. |