Foi com uma recriação de outras épocas, desenvolvida por alguns atores da Associação de Teatro e Outras Artes (ASTA), que se iniciou a primeira caminhada “Rota dos Tecelões”. O conjunto de atores deu vida a personagens de outros tempos, através do vestuário e das “sacolas” utilizadas para transportar a comida para as fábricas.

Uma performance que teve como pano de fundo a antiga fábrica JC Saraiva, hoje Centro Comunitário de Apoio ao Idoso da Mutualista. Os atores da ASTA, que trajavam de acordo com os anos áureos dos lanifícios, distribuíram as sacolas confecionadas pelos utentes da ASMC. Um ato que marcou o início de uma atividade que junta o lado do bem-estar físico ao conhecimento cultural. O grupo de pessoas que integrou o passeio acabou por ficar a conhecer alguns dos mais importantes edifícios fabris e diversas histórias associadas a locais emblemáticos da “Manchester portuguesa”. Entre o núcleo urbano e os extremos da Covilhã, os participantes descobriram memórias da história dos lanifícios associada às grandes fábricas Mota Veiga, Pereira Nina ou ao Bairro da Alegria.

Fátima Sá Pessoa, antiga proprietária da Fábrica Sá Pessoa e António Garcia Borges, investigador e autor de vários livros sobre o património da Covilhã, enriqueceram o passeio com explicações sobre o Sineiro, Calçada das Poldras, Parque da Goldra e Museu de Lanifícios, Fonte Santa ou Rotunda do Rato.

A caminhada terminou com a exibição de um documentário baseado na obra “A lã e a Neve” de Ferreira de Castro. Para os responsáveis da Mutualista “cumpriu-se a missão de uma iniciativa que ajudou a reviver a memória coletiva sobre os anos de prosperidade na indústria de Lanifícios, uma das marcas da Covilhã”. Um evento que deverá repetir-se nos próximos tempos.