"Os CTT estão consigo para que consiga fazer muito mais, sempre por perto". A mensagem pode ler-se no final da folha A4 colada na porta da estação postal de São Lázaro, na cidade da Covilhã. Uma mensagem que parece quase brincadeira da administração dos CTT, mas que para os utentes não tem qualquer motivo de piada.

Já para os membros do PCP da Covilhã, o encerramento dos serviços públicos dos correios é um “processo criminoso de privatização”. Para aquela força política, nada justifica o encerramento de vários balcões em diversas localidades, quando “a empresa tem lucros de 50,7 milhões de euros em 2012”.

Contudo, na passada semana, dezenas de estações dos CTT encerraram, um pouco por todo o País. O concelho da Covilhã não foi exceção e três localidades acabaram por ter alterações nos serviços postais, precisamente as três maiores localidades do concelho, a cidade da Covilhã e as vilas do Tortosendo e Teixoso. No caso destas duas últimas, as respetivas juntas de freguesia passaram a assegurar o serviço de correios, com a recolha de cartas e outros serviços menores. As duas principais vilas ficam agora servidas com “meras agências postais sob a responsabilidade das juntas”, lembra o PCP.

Já no caso da Covilhã, das duas estações existentes, os CTT optaram por encerrar a de São Lázaro. Segundo as primeiras indicações da empresa pública, o final das atividades daquela estação deveria acontecer na segunda, 3 de junho, daí que os PCP da Covilhã tivesse agendado um protesto para a tarde de sexta, 31 de maio. Contudo, os CTT, sem aviso prévio, encerraram as suas delegações na quinta-feira, 30. Tal como os promotores do protesto, também muitos utentes acabaram por ser apanhados de surpresa com este encerramento antecipado. A opinião parece ser consensual quanto a esta medida, e essa opinião vai contra os CTT. O encerramento da estação de São Lázaro significa também “o fechar portas de uma estrutura localizada na zona de crescimento da cidade”, sublinha um dos utentes. João Domingues assiste ao protesto político e junta a sua opinião os manifestantes. Para este utente, trata-se de, “uma vez mais, se estar a andar para trás, pois isto acaba com muitos serviços”. Lembra que na zona existe o tribunal, a sede das juntas de freguesia, algumas empresas e grande parte das novas habitações da cidade, motivos para que "esta estação fosse a mais utilizada e nada justifica o encerramento".

A mesma opinião parecem ter os membros do PCP. Segundo estes, o encerramento destas estações, ainda que alguns serviços sejam assegurados pelas juntas de freguesia, significam “uma perda de qualidade e quantidade do serviço prestado, entre outros, irão perder serviços como certificados de aforro, reexpedição de correspondência quando se muda de residência, encomendas que só podem ser entregues nas estações, a entrega de cartas de condução, o pagamento dos vales de correio das reformas fica dependente do dinheiro que existe no posto de correios e a perda de três a quatro postos de trabalho”.

Para a autarquia, estas posições acabam por vir de uma instituição que está preocupada unicamente em encerrar serviços e não ouvir as recomendações que lhe são transmitidas. A Assembleia Municipal da Covilhã enviou sinais contrários ao encerramento destas estações, contudo, estas acabaram por fechar portas.

Por agora, os CTT lembram, na mesma nota, que os seus serviços estão disponíveis apenas na loja do Centro Cívico, na Covilhã. Por agora, a estação de correios de São Lázaro continua com todo o mobiliário, dispositivo eletrónico de aviso de serviços e clientes, livros e outros produtos de venda nos balcões dos CTT, identificação exterior de estação postal. Por agora, as luzes continuam ligadas todo o dia, todos os dias, e a nota deixa a vontade da administração da empresa pública na frase: "Agradecemos a sua próxima visita".