Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
A arte é o tesouro de um país
Alcina Gomes · quarta, 29 de maio de 2013 · É um dos mais conceituados atores do sempre. Aos 86 anos e com uma carreia prestes a completar sete décadas, Ruy de Carvalho mantém o amor pela vida e a paixão pelo teatro. À Covilhã liga-o a infância que passou na cidade. A mesma cidade que, no fim-de-semana, o recebeu e homenageou. O Urbi et Orbi não quis deixar passar a oportunidade de conversar com um dos mais prestigiados artistas portugueses, mestre na arte da representação. |
Ruy de Carvalho continua a ser uma voz ativa em defesa dos artistas portugueses |
21977 visitas Urbi et Orbi (UO) – Numa notícia que foi publicada no sábado no Diário de Notícias, mostra-se indignado com as Finanças por lhe terem sido retirados direitos conexos referentes à propriedade intelectual. Os atores sentem-se particularmente mal tratados pelos sucessivos governos? Está desiludido? UO – O Ruy de Carvalho é um dos atores mais acarinhados e reconhecidos não só no meio e pelos seus pares, mas também pelos portugueses em geral. Como se consegue tanta unanimidade? UO – É difícil ser ator num país como Portugal? UO – Foi mandatário da campanha de candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa e, depois, também de Carmona Rodrigues em 2007. O que retirou desse contacto direto com a política e com os políticos? UO – Está arrependido? UO – O que o liga à Covilhã? RC – Amor. Eu vivi na Covilhã e nunca mais me esqueci desta cidade. Fiz aqui a instrução primária. Vivi no pelourinho, no centro da cidade, via passar tudo ali, desde os que morriam aos que viviam. Vivi cá cinco anos. O meu pai era oficial do exército, estava aqui colocado, no Regimento de Infantaria 21. E a minha mãe era pianista, deu aulas de piano à maioria das meninas cá da terra há setenta e muitos anos. UO – Começou no teatro, fez televisão, rádio, cinema. Colecionou prémios e distinções e continua a trabalhar. O que é que ainda falta fazer depois de 70 anos de uma carreira marcada pelo sucesso? RC – Agora já não sou eu que escolho, também nunca escolhi. Agora escolhem para mim o que acham que eu devo ou posso fazer, já não posso fazer de tudo. Por exemplo hoje já não posso fazer o ‘Rei Lear’, já não tenho fisicamente capacidade para o fazer. UO – Mas ficou alguma coisa que gostava de ter feito e não fez? RC – Não, tenho feito coisas muito boas. Mas se um dia fizer um palhaço também não me importo (sorrisos). |
Palavras-chave/Tags:
Artigos relacionados:
|