João Gabriel Leitão, presidente da Associação Desportiva de Manteigas (ADM), tomou conta dos destinos da associação há dois anos, e fala ao Urbi et Orbi (UO) do seu mandato.

UO: Quais as razões que o levaram candidatar-se à presidência da Associação Desportiva de Manteigas (ADM)?

João Gabriel Leitão (JL): Eu fui jogador da ADM durante muito tempo, primeiro nos escalões jovens, depois nos seniores, durante mais de uma década, e ainda joguei futsal. Fui também treinador de escolinhas, infantis e iniciados. Sempre na ADM, por opção minha. Foi com alguma naturalidade que, depois de deixar de jogar e de treinar, comecei a ser sondado para dirigir o clube. Há 4 anos ainda resisti e solicitei ao meu amigo Luís Paiva que assumisse a presidência. Passados 2 anos senti que podia e devia devolver à ADM o tanto que me tinha proporcionado. E cá estou.

UO: Como é que tem corrido o mandato até aqui? Alguma vez sonhou com a subida de divisão?

JL: Tem corrido muito bem. A grande maioria dos objectivos que traçámos não só foram atingidos como superados. Diversificámos as modalidades e escalões e aumentámos exponencialmente o número de praticantes. Paralelamente, na nossa primeira equipa construímos um projecto altamente competitivo à escala regional. Não vejo a subida como um sonho, foi simplesmente o culminar lógico de um programa bem delineado e sustentado, que, no entanto, só foi possível porque tivemos connosco uma equipa técnica muito competente e um conjunto de jogadores de qualidade e com ambição.

UO: Como é que a população viveu este momento alto da ADM?

JL: Naturalmente com alegria. Mesmo os que não apreciam o fenómeno acabaram por render-se à evidência que, através do futebol, Manteigas cresceu. Tivemos assistências no estádio como nunca se viu. As pessoas sentem, e bem, que a equipa não é da ADM mas sim de Manteigas. E isso deixa-me naturalmente orgulhoso.

UO: Está preparado para o novo desafio que se aproxima, o “campeonato nacional de seniores”?

JL: Estamos a preparar-nos. O salto foi grande e não sabemos, conscientemente, o impacto que vamos sofrer. Estamos a dar pequenos passos, embora seguros, de modo a podermos ter uma equipa competitiva no campeonato. Sem “loucuras” porque, basicamente, não há dinheiro para elas…

UO: Estratégias e objectivos para a próxima época, visto que exige mais custos?

JL: A estratégia principal é a de manter a estrutura vencedora, desde a equipa técnica à maioria dos jogadores. Depois vamos tentar reforçar a equipa com bons jogadores que vivem e têm jogado na região, por um lado porque os conhecemos bem e depois porque não nos obrigará a ter jogadores deslocados em Manteigas. Tudo sempre numa base amadora. O objectivo é competir com a intenção de nos mantermos naquele nível desportivo.

UO: Conta com mais apoios fora do Concelho de Manteigas? Que tipo de apoios?

JL: É um trabalho que se encontra em marcha. Continuamos a contar com o apoio fundamental da Câmara Municipal mas não podemos ficar dependentes deste. Assim, estão a ser estabelecidos contactos com empresas de Manteigas e da região, de modo a que se traduzam em apoios concretos às actividades da ADM.

UO: Até onde poderá chegar a ADM no Campeonato Nacional de Seniores? Quais os vossos objectivos?

JL: Como aflorei anteriormente os objectivos desportivos passam essencialmente por conseguirmo-nos manter no Campeonato Nacional. Temos também a ambição de ultrapassar uma ou mais eliminatórias na Taça de Portugal.

UO: Que futuro para a ADM no futebol e nas restantes modalidades?

JL: Para o futebol sénior o futuro imediato é o de construir a tal equipa competitiva que nos permita almejar a manutenção no campeonato nacional. Nos outros escalões e modalidades a lógica que continuará a imperar é a de permitir aos manteiguenses, mais jovens e menos jovens, que pratiquem o desporto que mais gostem. Por exemplo, notando-se um crescente número de praticantes de ciclismo, particularmente na vertente do BTT, a ADM comprometeu-se e está em vias de concretização uma equipa neste desporto, a ADM Cycling. O trabalho iniciado no basquetebol feminino deve prosseguir, assim como em todos os escalões de futebol jovem que tenham praticantes suficientes para competir.