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Ciclo de Cinema Marginal Brasileiro exibe obras não convencionais
Ana Catarina Veiga · quarta, 22 de maio de 2013 · @@y8Xxv Universidade da Beira Interior recebeu, na passada semana, o Ciclo de Cinema Marginal brasileiro. Durante dois dias foram apresentados alguns filmes do movimento cinematográfico brasileiro que chocou o país nos anos 70. A organização convidou Maria Guiomar Ramos, professora brasileira com várias presenças já marcadas em ciclos de cinema em Portugal, para falar deste período da história do cinema no Brasil. |
O movimento cinematrográfico brasileiro esteve em destaque na academia |
22006 visitas Maria Guiomar Ramos é formada em Estudos Cinematográficos e Audiovisuais pela Universidade de São Paulo, e a sua experiência profissional passa pela Teoria, Pesquisa e Produção de Filmes. Para além de realizadora de Documentário e Vídeo Poético, é também professora universitária, e esta não é a primeira vez que é convidada para apresentar um ciclo de cinema menos convencional em Portugal. A sua área de interesses é sobretudo o Cinema Marginal, Underground e Experimental. Nos dias 13 e 14 de Maio, Maria Guiomar apresentou no Anfiteatro da Parada alguns filmes que deram que falar no seu país no final da década de 60 e início da de 70. Numa altura em que a censura política ia crescendo no Brasil, o Cinema Marginal surge, em oposição ao Cinema Novo, como um “movimento radical que não era uma maneira de oposição ao Estado, que censurava o cinema, mas sim uma maneira de transportar a mensagem do governo para o cinema, a de uma política sem escrúpulos.” O cinema deste movimento continha uma “carga social e política muito forte, era muito crítico” e as suas imagens eram “agressivas, no sentido em que tiravam o espectador do seu lugar mais passivo”. Para dar a conhecer melhor o género foram apresentados os seguintes filmes: “O bandido da luz vermelha”, história inspirada nos crimes de um famoso assaltante brasileiro, foi realizado em 1968 e é considerado um clássico do Cinema Marginal; “Meteorango Kid” (1969); “Orgia ou o Homem que deu cria” (1970), e “Bang Bang” (1971). Ana Catarina Pereira, uma das organizadoras do evento, afirma que “este ciclo já passou por Lisboa e Porto e, resolvemos trazê-lo cá, também para descentralizar os ciclos culturais”. Catarina é uma investigadora na área cinematográfica na UBI e realça a importância destas sessões para “dar a conhecer aos alunos uma parte da história do Cinema. O Cinema Marginal foi assim apelidado no Brasil, mas o mesmo movimento já aconteceu em muitos países, como o Cinema Underground norte-americano. A história política e social vai-se reflectir em toda a arte, e naturalmente também no cinema.” |
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