Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
A linha da vergonha
Alcina Gomes · quarta, 15 de maio de 2013 · Algumas dezenas de pessoas participaram, no sábado, numa caminhada de protesto contra a desclassificação da Linha da Beira Baixa e o encerramento do ramal de ligação à Linha da Beira Alta. Há mais de quatro anos que os comboios deixaram de circular entre a Covilhã e a Guarda. |
Os manifestantes defendem a reabertura da linha até à Guarda |
21982 visitas A marcha de protesto começou na estação da Covilhã e prolongou-se por vários quilómetros por entre os carris. O objetivo foi alertar para uma situação que se arrasta e que, segundo responsáveis das duas cidades, está a prejudicar a economia da região. Desde 2009 que a linha de caminho-de-ferro entre a Covilhã e a Guarda foi suspensa para renovação da via com 40 quilómetros, mas depois de investidos 7,5 milhões de euros faltou o dinheiro para concluir os trabalhos. Partes do troço estão hoje cobertas de mato e de ervas, numa clara demonstração de abandono. Uma situação que Carlos Pinto, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, considerou altamente penalizadora para a região. “Esta é a linha da vergonha do Estado português”, classificou o autarca que participou na ação de protesto, referindo ainda tratar-se de “um atentado à economia nacional” e “um desperdício de dinheiros públicos”. Sendo aquela uma ligação considerada de grande importância, nomeadamente do ponto de vista internacional, Carlos Pinto reivindicou a conclusão das obras. Pinto Pires, da Associação de Amigos da Linha da Beira Baixa, fez também questão de participar no protesto para defender a reabertura do troço até à Guarda. Aquele responsável evidenciou, a propósito, o mercado universitário e o potencial turístico da região como pontos importantes a ter em conta. Atualmente, na Covilhã circulam apenas comboios em direção ao sul do país. À Agência Lusa, fonte do Ministério da Economia avançou que a REFER – Rede Ferroviária Nacional, deverá concluir as obras de renovação da linha “em momento oportuno e assim que estiver assegurado o necessário financiamento”. A mesma fonte confirmou ainda que no troço Covilhã-Guarda o montante de investimento já realizado desde 2009 é de 7,5 milhões de euros, sem contabilizar os custos, projetos e fiscalização. A caminhada de protesto contra a suspensão das obras e da circulação naquele troço foi uma iniciativa dos deputados do PSD com assento na Assembleia Municipal da Covilhã. |
Artigos relacionados:
|