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Futebol: paixão e indústria
Tânia de Jesus · quarta, 15 de maio de 2013 · O futebol é um desporto de paixões, mas também uma indústria que envolve um enorme volume de receitas. Investigadores da área consideram que a crise é uma oportunidade de negócio. |
"O clube de futebol é uma família" |
21978 visitas O Departamento de Desporto da Universidade da Beira Interior (UBI) em parceria com o Núcleo de Marketing levou os alunos ‘à bola’, no passado dia 7 de Maio, através do seminário Gestão do Desporto, onde foram abordadas questões como a satisfação dos espectadores e o valor da marca no universo futebolístico. Pedro Guedes de Carvalho, presidente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI, alertou para a importância de se discutir o futebol numa altura em que “todos falam de desporto”, e em que existem “programas diários de análise futebolística, onde pouco se diz, mas que ainda assim continuam a ter muitas audiências”. As investigações no âmbito da gestão desportiva visam, de acordo com Abel Correia, professor na Faculdade de Motricidade Humana, “aumentar a assistência aos jogos de futebol, o número de adeptos dos clubes e, acima de tudo, ‘levantar a torcida’”, questões fraturantes na “luta pela sobrevivência dos clubes” nacionais e internacionais. Para Abel Correia, o sucesso desportivo das equipas é “fundamental para chamar adeptos ao estádio”, uma vez que existem espectadores que “só vão aos jogos pelo sabor que a vitória lhes proporciona”, algo que foi visível no último jogo disputado no Estádio da Luz, para o campeonato, Benfica – Estoril. Todavia, o investigador explicou que essa situação pode ser mudada a médio-longo prazo, caso os clubes “invistam em educação desportiva”, através da qual incutam nos seus adeptos a “certeza de que se ganha tanto na vitória, como na derrota”. Tendo em conta a conjuntura económica nacional e a consequente vulnerabilidade emocional dos cidadãos, Abel Correia considera que é “uma boa altura para os clubes investirem numa forte campanha de identidade”, uma vez que “as pessoas encontram-se angustiadas e necessitam de pensar que nem tudo corre mal”, implementando deste modo medidas como a “baixa de preços dos ingressos”. No entanto, o investigador alerta que apesar do futebol ser uma indústria, os “adeptos não querem ser tratados como consumidores”, mas sim “como adeptos” e o “clube é realmente uma família para as pessoas”. Dina Miragaia, responsável pelo Departamento de Desporto da UBI, defendeu, no final do evento, que o seminário permitiu que fossem “marcados muitos golos”, mas “o principal golo, foi o científico”, uma vez que “todos opinam sobre desporto, gerem organizações desportivas, discutem como deve ou não ser efeito”, mas sem quaisquer bases científicas e a “ciência existe para acrescentar valor”. A responsável aproveitou ainda, para incentivar os presentes a investirem na gestão desportiva, acrescentando que “esta área tem de facto janelas muito grandes do ponto de vista da empregabilidade, nomeadamente no nosso país”. |