Obesidade, desnutrição, recusa alimentar e fatores que influenciam a escolha dos alimentos foram os principais temas abordados no workshop realizado na passada quinta-feira.

Catarina Santos, licenciada em Nutrição Humana e Qualidade Alimentar, referiu que “uma alimentação saudável desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças, como a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes e certos tipos de cancro”. A convidada acrescentou ainda que na fase de crescimento, as atenções devem ser redobradas, visto que a criança “está mais sensível a carências, desequilíbrios ou desadequação alimentares”.

A criança deve “fazer atividade física todos os dias; nunca se esquecer de tomar o pequeno-almoço; comer um prato de sopa todos os dias, ao almoço e ao jantar; comer pelo menos três peças de fruta por dia; beber leite e evitar o consumo de açucarados, deixando-os apenas para os dias de festa”.

Na opinião de Catarina Santos, o principal problema a nível alimentar das crianças hoje em dia é a “obesidade infantil”. Nesta área há ainda “muito a fazer, principalmente pelas escolas que são as entidades que estão mais próximas das crianças e que passam mais tempo com elas”. Na sua maneira de ver, as escolas “deviam ter mais consciência e inserir nos planos curriculares, a educação alimentar”.

Uma mãe de 33 anos, socióloga, considera estes workshops “uma forma de esclarecimento”, onde tem a oportunidade de “tirar dúvidas” e partilhar algumas experiências com outros pais. “Já tinha consultado antes uma nutricionista” explica acrescentando que “estas regras já não são novas”. Em relação à sua filha, a sopa “ já não é problema” visto ter conseguido impor isso “desde o início”. O principal problema passa por controlar a ingestão de alimentos como “batatas fritas, hambúrgueres, pizzas”, embora ache que com alguma persistência se consiga que as crianças tenham uma alimentação saudável.

Francisco Dinis deu a conhecer aos presentes o projeto CASAS – Clube de Alimentação Saudável e Agricultura Sustentável, e enunciou os principais objetivos do clube que passam por obter “produtos de mais qualidade, a preços mais acessíveis”, disponibilizar às pessoas “informação científica” acerca dos alimentos e informá-las sobre “modos de produção agrícola mais sustentáveis”. Segundo o responsável, o CASAS coloca “produtores e consumidores em contacto direto” o que faz com que se elimine “uma série de intermediários” refletindo-se em preços mais convidativos. Este projeto procura “dar oportunidade às pessoas de fazerem compras de uma forma mais consciente”, promover a “produção local”, “apoiar pequenos e médios produtores” e fomentar um “estilo de vida saudável”.