Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Autarquia num impasse
Eduardo Alves · quarta, 8 de maio de 2013 · A autarquia prometeu mais espaço para a Teleperformance. Uma promessa feita há algum tempo que está cada vez mais difícil de se concretizar. Na última sessão de câmara a maioria dos vereadores chumbou a proposta apresentada pelo PSD que ia no sentido de pagar 15 mil euros mensais de renda por um imóvel. |
O espaço junto ao mercado municipal parece agora continuar sem solução |
21963 visitas Se foi fácil ao município demolir um conjunto de imóveis, entre os quais a antiga “Loja do André”, junto ao mercado municipal, parece agora ser “missão impossível” construir ali a estrutura pretendida. A zona, contigua ao mercado, tem como objetivo dar lugar a um imóvel que será ocupado pela Teleperformance. Segundo o vereador João Esgalhado, o autarca social-democrata prometeu aos responsáveis daquela empresa de comunicações, mais espaço para as suas atividades. Como a adaptação integral do mercado, onde a Teleperfomance instalou o seu call center, nunca foi avante, a alternativa encontrada pela edilidade foi a construção de um espaço contíguo ao mercado. O maior dos problemas está agora na questão do financiamento da dita construção. Desde crédito bancário, até propostas de troca pela Torre de Santo António, com o Montepio Geral, instituição proprietária do prédio abandonado no bairro de Santo António, a maioria que gere os destinos da câmara, já tentou um pouco de tudo. As soluções parecem não ser viáveis e a promessa continua por construir. Contudo, os três vereadores socialistas e os dois social-democratas que perderam os seus pelouros na maioria “laranja” travaram aquilo a que Vítor Pereira, do PS, apelida de “proposta leonina”. Depois de questionados pelos cinco eleitos, presidente e vereadores com funções no executivo camarário trouxeram uma solução. Carlos Pinto, presidente da autarquia avançou com as linhas gerais deste processo que passava por celebrar um contrato de 20 anos com uma empresa a selecionar. Essa mesma entidade iria construir o referido imóvel, a ser ocupado pela Teleperfomance, e receberia em troca uma renda mensal de 15 mil euros. Feitas as contas, caso esta medida tivesse luz verde, no final de um ano a autarquia serrana teria despendido 180 mil euros, no final de cinco anos, o valor seria então de 900 mil euros, no final de uma década, esta cifra dispara para um milhão e 800 mil euros, e nos 20 anos de contrato, o custo do arrendamento das instalações, e apenas o pagamento da renda a preços atuais, representaria qualquer coisa como três milhões e 600 mil euros. Uma proposta inviabilizada pela agora “nova” maioria. No entender do PS, “caso o município alguma vez celebre um contrato desta natureza, vai sair seriamente lesado”. Vítor Pereira chega mais longe e propõe outras saídas, como a utilização de imóveis anteriormente utilizados como fábricas ou outros e a sua reconversão para este fim. “Temos tanto património industrial que, com pequenas obras, estariam em condições de satisfazer os pedidos desta empresa, que não se compreende esta situação”, adianta o vereador socialista. Pereira apontou, a título de exemplo, a Garagem de São João e a Nova Penteação como possibilidades a serem apresentadas à empresa. João Esgalhado acrescentou que “ao ser chumbada esta proposta, de certeza absoluta, que não vai cair o carmo e a trindade, nem as empresas vão fechar portas e portanto tem de haver espaço para este compromisso que o presidente da câmara fez e que está já atrasado em dois ou três anos”. Mais, acrescentou o vereador social-democrata, “o senhor presidente comprometeu-se com o edifício do mercado, não com aquele que está lá ao lado. Daí ter toda a certeza de que há espaço para negociação e conversação com as empresas e procurar outro tipo de soluções”. Já Pedro Farromba acabou por se mostrar contra esta decisão. O atual vice-presidente do município lembra que “quando se fala na possibilidade da escolha de uma alternativa, é bom lembrar que a empresa já ali aplicou mais de um milhão de euros e não se pode agora mudar assim. Aquilo que tem de ser feito é ali”, conclui. |