Abrir a mente a toda uma nova forma de abordar a expressão artística é o principal objetivo do grupo de alunos de design de moda. Durante dois dias, uma antiga fábrica têxtil volta a ser palco da produção de algo, desta vez, as peças que vão sair deste espaço de criação não devem ser em tecido, mas sim, em várias formas de arte, como a moda, o cinema, a fotografia ou a música.

Desde 2010 que alguns dos trabalhos que são desenvolvidos pelos jovens designers e criadores passam por ser o foco principal das atenções de algumas pessoas que se reúnem para conhecer o que é feito dentro dos laboratórios e confecções têxteis da academia. Este ano, os alunos querem dar uma dinâmica mais forte ao evento e com ele criar as base de uma plataforma artística que sirva de local de mostra e troca de ideias sobre a arte, “todo o tipo de arte”, começa por explicar Bruno Cunha, aluno do segundo ano de Design de Moda.

“Agora, em 2013, sentimos uma necessidade gritante de expandir este movimento a todos os cursos e agitar uma certa calma natural da Covilhã”. Para o aluno do segundo ano de design de moda, natural do Porto, “um dos aspetos que mais me impressiona é o facto de conhecer aqui colegas com um talento impressionante, mas que não são difundidos da melhor forma porque não há aqui visibilidade. Se disser a muitos dos meus amigos que estudo na Universidade da Beira Interior, a grande maioria deste não sabe sequer onde fica esta academia, nem o potencial que aqui existe. Temos que mostrar que estamos aqui, que conseguimos fazer estas coisas”, assume.

Pretende assim fazer destes dois dias de atividades, uma plataforma livre onde todos os interessados, alunos ou não da universidade, possam expressar o seu potencial artístico, “como uma oportunidade de se afirmarem e divulgarem os seus trabalhos”. As atenções vão estar centradas para os desfiles que decorrem a 24 de maio. Ao longo do evento, a antiga fábrica vai ser palco de um vasto leque de iniciativas de âmbito cultural. Plácida Mendes, outra das alunos envolvidas na concretização de todo este trabalho explica também que o “Expand Your Mind” vem colmatar “a falta de espaços de exposição e também de financiamento de uma mostra de arte”. Algo que, segundo a estudante de moda “leva muitas vezes as pessoas a não conseguirem apresentar os seus trabalhos, queremos, de certa forma, mudar isso”.

Mas pretendem mais, nomeadamente “colocar toda a gente no mesmo plano, sejam artistas, sejam pessoas que integrem o público. Queremos construir uma ligação entre todos os intervenientes e conseguir com isso novas ideias”, aponta Bruno Cunha. Certos da necessidade deste tipo de iniciativas culturais na cidade universitária, os alunos que trabalham no projeto esperam dar vida a uma incubadora de ideias e de eventos artísticos e a uma forma de interação e criação cultural.

Recuperar a história têxtil da Covilhã, mas ao mesmo tempo, conferir uma nova utilização aos espaços fabris abandonados são propostas de quem, acima de tudo, pretende expandir as mentes e os horizontes culturais da comunidade. Entre 24 e 25 de maio, moda, cinema, design e muito mais, num mesmo local.