O autor das obras ‘A caixa’ e o ‘Pequeno Livro dos Medos’ encontrou-se com alunos do 1º e 2º Ciclo da Escola Internacional da Covilhã, no âmbito da iniciativa ‘Hora do Conto’, realizada no dia 17 de abril. À chegada, o artista foi brindado por uma atuação musical dos alunos que interpretaram o, célebre, tema ‘É tão bom’.

Sérgio Godinho referiu que a obra ‘O pequeno Livro dos Medos’ surgiu porque os medos são uma temática “comum a todas as idades”, e que neste livro é possível encontrar não uma história, mas “várias histórias, entrelaçadas umas nas outras, como fossem cerejas”. Alguns alunos confidenciaram ao escritor que sentem medo quando estão na “rua sozinhos”, Sérgio Godinho explicou-lhes que esse é “um medo comum nos dias de hoje”, sobretudo nas “cidades de maior dimensão”, contudo na sua infância não era algo que o afligisse, visto que inclusivamente costumava “viajar de eléctrico sozinho, desde os seis anos de idade”. O autor de contos infantis contou perante a plateia que atualmente o seu maior medo é “que aconteça algo de mal às pessoas que lhe são próximas”.

A paixão pela música que estimulou Sérgio Godinho a tornar-se cantor surgiu ainda em criança, motivada pelo facto da mãe e o tio tocarem piano. Questionado pela plateia sobre o estilo que adoptou a cantar e a rapidez com que o faz, admitiu que é algo que lhe é “completamente pessoal”, a sua “matéria”. O artista explicou que quando compõe canções, começa “sempre pela música” e só depois procura “palavras que encaixem no som”, assumindo-se um apaixonado pelo “ato de inventar” e pela tarefa de “construir um universo” através de palavras soltas. No final da iniciativa, Sérgio Godinho, a pedido de alunos e professores, recitou um excerto do ‘Pequeno Livros dos Medos’, no qual aborda as sensações físicas estimuladas pelo receio, nomeadamente os tremores e as “dores de barriga”.

Leonor, de 12 anos, aluna do 6º ano da Escola Internacional da Covilhã, admitiu que conheceu o Sérgio Godinho primariamente “como cantor, através da sua tia”. No entanto, salientou que gostou da iniciativa e que esta serviu de alerta para a “importância de se viver em comunidade”.

No caso de Ester, de 12 anos, também aluna do 6º ano, a ‘Hora do Conto’ permitiu-lhe perceber a importância da leitura, uma vez que através desta é “possível aprender palavras novas, novos meios de comunicação, a vida dos autores, as suas experiências e os seus gostos”.

Para Guilherme, de 12 anos, aluno do 6º ano, a presença do Sérgio Godinho na Escola Internacional da Covilhã foi “muito importante”. “É sempre bom estarmos com quem escreveu os livros que lemos e sabermos em que é que se inspirou, isso permite-nos aprofundar mais a nossa sabedoria”, destacou o aluno covilhanense.