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Viagem ao passado barroco da Covilhã
Ana Catarina Veiga · quarta, 24 de abril de 2013 · As sonoridades antigas dos instrumentos barrocos fizeram-se ouvir por entre os claustros e a igreja do Convento de St. António. O edifício, onde agora se encontram as instalações da Reitoria da Universidade da Beira Interior, foi palco de uma viagem ao passado histórico da Covilhã, onde nem o rei francês Luís XIV faltou. |
O Convento de Santo António foi palco deste momento musical |
21973 visitas O fim de semana de 21 e 22 de Abril foi a altura escolhida para a 2ª edição do Festival de Música Antiga. Instrumentos do tempo dos reis, que costumavam animar as cortes, voltaram as ser exibidos na igreja e no claustro do antigo Convento de St. António, com a acústica particular das construções altas, robustas e detalhadas, onde originalmente eram tocados. Os primeiros a actuar foram os Barrosos Duo Barroco, uma dupla composta por João Barroso com o instrumento Travesso, e André Barroso, a tocar Tiorba. O concerto iniciou-se por volta das 15 horas da tarde, no claustro no Convento. Quando já se fazia noite, por volta das 21 horas, o grupo Ricercare XVII da EPABI (Escola Profissional de Artes da Beira Interior) actuou no espaço reconstruído, onde se erguia a antiga igreja do Convento. O concerto foi animado pela presença de figurantes que encenaram a presença do rei Luís XIV e da rainha da corte francesa. O segundo dia foi mais centrado na história da Covilhã, e na influência da passagem dos padres franciscanos pela sociedade covilhanense. Carlos Madaleno, coordenador dos Museus do Município guiou uma visita pelos vários espaços do convento, onde deu a conhecer como era o Convento no tempo dos frades, primeiros habitantes do edifício, tanto quanto à sua estrutura física, como a vida que os franciscanos ali faziam. Alguns mitos sobre o Convento, que ainda prevaleciam entre os mais antigos habitantes da cidade, foram desvendados, bem como alguns segredos escondidos, e as origens, as razões e o viver dos frades foram conhecidos ao pormenor. Segundo o Carlos Madaleno, este tipo de eventos são importantes uma vez que, “A Covilhã tem raízes católicas/cristãs muito profundas e existiram várias ordens e vários institutos que marcaram de forma intelectual a cidade. Este convento será o vestígio material mais forte da passagem dos franciscanos pela cidade, não só pelo seu caracter religioso mas também pela assistência social que estes davam à cidade, a nível do ensino.” O convento de Sto. António foi adquirido pela Universidade da Beira Interior no final do séc. XX, que se encarregou de fazer obras de restauro, adaptando-o às novas funcionalidades. O coordenador dos Museus da Covilhã reconhece o papel da universidade na recuperação do edifício e espera que os valores históricos continuem a ser promovidos pela academia. O Festival de Música Antiga, uma parceria da Banda da Covilhã e da Reitoria da Universidade da Beira interior, segundo o director artístico e presidente da Banda da Covilhã, Eduardo Cavaco, “teve uma boa afluência de público, o que leva a organização a pensar já numa terceira edição”. |