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Comunistas acusam Governo de falta de respeito pelos portugueses
Alcina Gomes · quarta, 17 de abril de 2013 · O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) acusa o Governo de falta de respeito pelos portugueses. Jerónimo de Sousa esteve no domingo na Covilhã, para participar na IX Assembleia Distrital de Castelo Branco do partido. |
Jerónimo de Sousa voltou a pedir a demissão do Governo na Covilhã |
21979 visitas “Falta de coragem”, “falta de brio patriótico” e “falta de respeito pelos portugueses e pelas suas instituições”. O líder comunista não poupou críticas a Pedro Passos Coelho por não informar “em primeiro lugar o povo e o país” sobre o conteúdo de uma carta que na última semana escreveu às entidades responsáveis pela ajuda financeira externa a Portugal. Segundo a Agência Lusa, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho afirmou, em carta à 'troika', que a criação de uma tabela salarial única e a convergência da lei laboral e dos sistemas de pensões público e privado são opções para compensar a inconstitucionalidade de normas orçamentais. Ora, a este propósito, Jerónimo de Sousa sublinhou que a este Governo interessa dar “explicações só à ‘troika’ estrangeira”. Apesar de não conhecer o teor do documento, o secretário-geral do PCP classificou as medidas já abordadas pelo primeiro-ministro como “mais um golpe” nos salários e pensões da administração pública. Acusou ainda o Governo de dramatizar à volta da decisão do Tribunal Constitucional (TC), aproveitando para a apresentar como “causa de todos os problemas e males futuros”. Para o líder do PCP, trata-se de “chantagem” e de “manipulação” da opinião pública, uma vez que “só num ano” o Governo foi responsável por um desvio orçamental “três vezes” superior ao valor das normas consideradas inconstitucionais, segundo destacou. Perante um auditório cheio de militantes e responsáveis do partido, o líder dos comunistas disse ainda que o alargamento do prazo para pagar o empréstimo feito a Portugal só foi aceite porque beneficia os credores. E comparou mesmo a dívida portuguesa a “uma galinha dos ovos de ouro” para os credores internacionais, que ao concederem mais sete anos para Portugal pagar estão “apenas” a alargar o laço, para evitar “que a vítima sufoque”. Os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) e da UE (Ecofin) apoiaram na sexta-feira 12, em Dublin, o alargamento em sete anos do prazo para Portugal e a Irlanda pagarem os empréstimos europeus concedidos ao abrigo dos programas de ajustamento. Na Covilhã, Jerónimo de Sousa voltou a pedir a demissão do Governo, referindo ser esse o único caminho que resta. Para o secretário-geral do PCP, “o país já não vai lá com remendos em pano que está roto”. O líder comunista referia-se aqui à recente mini-remodelação do Governo. Com a demissão de Miguel Relvas, Pedro Passos Coelho acabou por avançar com algumas mexidas no executivo. Miguel Poiares Maduro é o novo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, enquanto Luís Marques Guedes assumiu a pasta da Presidência e dos Assuntos Parlamentares. A par dos dois novos ministros tomaram ainda posse Teresa Morais, reconduzida como secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade; Emídio Guerreiro, o novo secretário de Estado do Desporto e Juventude; Pedro Lomba, secretário de Estado adjunto do novo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional; e Pedro Cardoso da Costa, o novo secretário de Estado para a Modernização Administrativa.
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