Um extenso corredor no fundo das instalações da Faculdade de Ciências da Saúde é o “Hospital Faz de Conta”. Entre os dias 15 e 18 de Abril, mais de 600 crianças são os “pais” que levam os seus “filhos” ao “hospital”. O espaço foi devidamente equipado e colorido, para receber as crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 7 anos. O objectivo é fazer com que os mais novos percam o medo do ambiente hospitalar, brincando com os instrumentos e as técnicas médicas. Esta edição é a que conta com mais participações: a organização recebeu 610 inscrições de vários infantários e escolas da Covilhã, Fundão e Guarda.

A visita começa com uma viagem ao interior do corpo humano, no Champimóvel, um simulador animado que marca a presença da Fundação Champalimaud nesta iniciativa. Já dentro do “hospital”, a primeira tarefa de cada criança é recolher o seu boneco e atribuir-lhe sintomas que imponham uma ida ao médico. Vários mini-consultórios foram montados onde os alunos de medicina recebem os pequenos “pais” e auscultam os seus “filhos” doentes. Neste “jogo de faz de conta”, as crianças também podem submeter os seus bonecos a várias situações que acontecem em caso de doença, como exames ou intervenções cirúrgicas. Ao seu dispor têm a sala de tratamentos, a sala de imagiologia, o bloco operatório, a área de internamento, e ainda uma farmácia. Tudo feito a rigor, para se adequar à medida das crianças.

Para além do curso de Medicina, o projecto “hospital faz de conta” também abrange os cursos de Ciências Biomédicas, Optometria, Ciências Farmacêuticas e Psicologia. No final da visita, as crianças ainda podem assistir a uma peça de teatro que incentiva à “alimentação saudável”.

Este ano a organização pretende fazer desta edição “a maior de sempre” e conta também com a participação dos utentes da APPACDM, no último dia do evento. “Como se trata de uma população mais adulta, o plano de actividades muda um pouco e estão a ser preparados uma série de rastreios”, segundo André Valente, coordenador da VI edição do “Hospital Faz de Conta”. O estudante de Medicina afirma ainda que esta iniciativa “é extremamente enriquecedora e importante, tanto na formação das crianças como na formação dos estudantes dos cursos participantes, e está a ter grande sucesso”.

Esta ideia é original da European Medical Students Association (EMSA), que representa mais de 200 associações de estudantes de Medicina por toda a Europa e desenvolve vários projectos originais, entre eles o “Teddy Bear Hospital”. Em Portugal, a ideia já tem sido acolhida por várias universidades.