Os membros eleitos entre a comunidade académica, que representam os docentes, alunos e funcionários no Conselho Geral da instituição escolheram as personalidades exteriores à academia que passam a integrar também este organismo com várias funções.
Recorde-se que os nomes foram propostos e votados pelos membros que compõem CG, eleitos no seio da academia. Segundo o que o Urbi apurou, a indicação dos nomes a serem cooptados acabou por ser feita em consonância com as várias listas que se apresentaram a sufrágio na eleições do passado 6 de novembro. Desta forma, as três listas do corpo docente apresentaram e elegeram conselheiros externos, o mesmo aconteceu com o representante dos funcionários e com o aluno eleito pela lista E. Quanto aos quatro alunos eleitos pela lista C, avançaram com o nome de duas personalidades, mas a sua cooptação acabou por não acontecer uma vez que não foi conseguida a maioria necessária para a escolha dos mesmos.
Composto agora todo CG, os vários representantes falaram ao Urbi sobre todo o processo e sobre o que se pode esperar deste organismo. Para Joaquim Viana, eleito por uma das listas dos docentes, “o processo correu dentro da normalidade e foi cooptado um grupo de personalidades de elevado valor intelectual e com potencial para dar contributos importantes para o futuro funcionamento do Conselho Geral”. O docente da Faculdade de Ciências da Saúde fala ainda numa diversidade que “enriquece o Conselho, prestigia a Universidade e dignifica o órgão que representam”.
O mesmo apontamento é feito por Paulo de Oliveira. O docente do Departamento de Engenharia Eletromecânica considera “relevantes as personalidades escolhidas para este órgão de reconhecida importância para o funcionamento da UBI”. O primeiro docente eleito pela lista A sublinha que os dois membros cooptados por este grupo representam uma escolha da visão que existe da academia, “quisemos com as nossas propostas apresentar personalidades ligadas a setores vitais e de grande relevância para a universidade, mas também dar alguma continuidade ao grupo de personalidades que fizeram parte do primeiro Conselho Geral”. Nesse sentido, o docente avança que “o trabalho futuro será encarado com olhar positivo e com o objetivo de trabalhar em prol da instituição”.
Viana parece também pautar o seu discurso no mesmo sentido. Para o docente eleito pela lista C há que salientar “a relativa rapidez com que decorreu a reunião de cooptação, que comporta alguma complexidade, e o facto de os escolhidos terem sido propostos de uma maneira equitativa por todas as listas representadas no Conselho Geral, é para nós um reflexo da capacidade de colaboração e trabalho conjunto de todos os conselheiros”.
O primeiro membro da Lista A acaba também por frisar a tónica da não eleição de elementos propostos por uma das listas dos alunos. “Um dos pontos que acabou por não ter sido conseguido foi o da representatividade das várias partes que compõem este órgão, nomeadamente em relação a um grupo de alunos que não elegeu nenhum dos nomes propostos. Existem aspectos que podem ser melhorados em vários temas, mas isso acabará por ser também abordado num futuro próximo”, lembra o docente de Electromecânica.
Uma equidade que “não deixamos de lamentar, mas não o relevamos excessivamente, pois parece-nos consequência apenas de um dado incontornável – tivemos dez bons nomes a votação e os lugares eram apenas oito, pelo que dois tiveram que ficar de fora”, explica também Joaquim Viana.
Recorde-se que a lista C, por parte do corpo de estudantes, apresentou os nomes de Pinto Monteiro, antigo Procurador-Geral da República e Salas Pires, administrador da Portugal Telecom. Nomes avançados “com o máximo rigor, seriedade e responsabilidade que tiveram como principal preocupação a importância dos mesmos na e para a região da Covilhã e todo o reconhecimento por eles alcançado no panorama nacional”. Personalidades ligadas à área empresarial e da justiça que acabaram por ser recusadas. Este grupo de quatro alunos mostrou o seu descontentamento pelo facto das suas propostas terem sido as únicas a não serem viabilizadas pelos restantes membros do CG.
O próximo passo vai no sentido de dar posse aos membros da comunidade externa agora cooptados. De entre estes oito deverá ser eleito o próximo presidente do Conselho Geral, levando depois à eleição do novo reitor.
Para o aluno eleito pela lista E, Noel Vieira, “felizmente a superioridade da razão democrática falou mais alto”. Neste sentido, “a última reunião do Conselho Geral foi reflexo do maior e mais profundo respeito pela representatividade democrática, já que listas de todos os corpos (estudantes, docentes e não docentes) tiveram a oportunidade de cooptar personalidades externas de enorme valor para este órgão de gestão de tão grande responsabilidade”. Desse mesmo processo, Noel Vieira diz que estão “reunidas figuras respeitadas pelo trabalho, pelo mérito, que são conhecidas e respeitadas pela franqueza e liberdade com que sempre expressam as suas posições, pessoas que não só são dotadas das virtudes afectas ao exercício conceptual da universidade, mas que detêm simultaneamente, a vontade, a determinação e os meios para revitalizar e consolidar a imagem da universidade na esfera pública nacional e internacional, de forma a enaltecer e firmar a UBI como academia de excelência, onde se produzem grandes projetos e se formam grandes homens e grandes mulheres”.
Fernando Paulouro, jornalista e antigo diretor do Jornal do Fundão, António Lourenço Marques, médico e fundador da Unidade de Medicina Paliativa do Hospital do Fundão, José Manuel Paquete de Oliveira, antigo vice presidente do ISCTE e antigo Provedor do Telespectador da RTP, Maria José Ferro Tavares, antiga reitora da Universidade Aberta, Joaquim Lima, diretor da Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR), José Manuel Pereira de Almeida, padre e médico especialista de anatomia patológica, assistente eclesiástico da Comissão Nacional Justiça e Paz, Henrique Monteiro, antigo diretor do jornal Expresso e atual coordenador editorial de multimédia e novas plataformas do grupo Impresa e José Fernandes, diretor da Microsoft e conselheiro na anterior equipa de membros são os oito membros cooptados pelo Conselho Geral. Estes são os oito cooptados pelo Conselho Geral da UBI e é entre estes que será eleito o futuro presidente deste organismo. O primeiro membro eleito pela lista B dos docentes não quis, para já, avançar com comentários sobre o assunto.