“As pessoas conhecem pouco e têm uma noção errada do que é a Turquia, que afinal tem coisas em comum com Portugal” referiu o aluno da Universidade da Beira Interior, Aliosman Ahmed. Este foi o ponto de partida que resultou na conferência “A política externa da Turquia e a adesão à União Europeia” apresentado por Gulce Kumrulu, da embaixada da Turquia em Portugal.
“Devemos ter uma ideia do que é a Turquia, a sua história, cultura, geografia, e economia, para assim podermos concluir porque deveria ser um membro da União Europeia”. A sua história prende-se com a Anatólia “conhecida como Ásia Menor, região antiga e rica em história”, destacando, também a importância “do legado grego, do império romano, e das conquistas de Alexandre, o Grande”. Gulce Kumrulu não deixou de referir que “a Turquia é a terra da fé em termos de todas as religiões”, realçando a presença de cristãos em Capadócia, região histórica na Anatólia Central.
Da história que os turcos deixaram quando chegaram da Ásia Central para Anatólia Central no século XI, Gulce Kumrulu referiu como fundamental o momento em que o país se consagrou república na década de 20. A sua presença na I Guerra Mundial levou à ocupação parcial por outros países, e na luta pela independência, “o pai dos Turcos” Ataturk, “modernizou o país tornando-o mais democrático, introduzindo o secularismo, o alfabeto latino, um novo sistema legal e novos direitos das mulheres”.
A política da Turquia decidiu-se pela sua neutralidade durante a II Guerra Mundial, inserindo-se mais tarde na NATO, ONU, e pedindo pela primeira vez a adesão à União Europeia em 1959. Com os momentos da “restauração da democracia, liberalização da economia, a abertura para o mundo com a exportação no fim dos anos 80 e a crise no fim dos anos 90, a Turquia apresentou nesta última década um boom na economia” sendo agora “a sexta maior economia na Europa e a décima sexta no mundo”. As suas vantagens enquanto país concentram-se “no extenso intercâmbio com outros países, na enorme população jovem, o grande mercado, a sua localização geográfica e o turismo”.
No país onde existem “diversas identidades e boas relações com os países vizinhos” Gulce Kumrulu reforçou, assim, que a Turquia “é membro de várias organizações sejam internacionais, políticas, económicas mas há uma que ainda falta integrar”. A integração da Turquia na União Europeia “tornaria a UE politicamente mais forte, estrategicamente mais relevante, com uma economia mais forte, e mais competitiva”, defendeu.
Teresa Cierco, docente da UBI, explicou que “ao nível das relações internacionais é importante o contacto dos nossos alunos com outros países. No caso da Turquia é fundamental porque é uma cultura diferente da nossa, é uma população bastante diversificada e desse ponto de vista os alunos de relações internacionais aprendem a conviver e a respeitar outras culturas”. Teresa Cierco reforçou ainda que “quanto ao mercado de trabalho, é preciso não esquecer que apesar da Turquia estar em crescimento económico também tem muita população e essa população tem uma média de idade de 29 anos, o que em termos de concorrência pode ser muito complicado”.