A autora começou por admitir que a boa aceitação do livro por parte do público a surpreendeu positivamente: “Sendo a morte um tema tabu, e referindo-se este livro essencialmente a esse tópico, pedi que a primeira tiragem fosse pequena. Quem, nos tempos que correm, compra um livro para ler algo com um assunto tão sombrio?”, questionou.

“Felizmente esta primeira tiragem vendeu-se muito depressa e isso foi algo que me deixou bastante satisfeita, porque foi totalmente contra as minhas expectativas iniciais”, vincou.

O livro retrata factos verídicos e a sua autora, que colaborou num projecto de prestação de cuidados paliativos ao domicílio em Trás-os-Montes, beneficiou dessa mesma experiência e da convivência chegada com a morte, para a contar em livro: “Há histórias para serem contadas que não precisam de ser ficcionadas. A realidade é dura e é isso que eu quero escrever. Há muita esperança de vida e pouca qualidade na morte”, realçou.

Um dos espectadores presentes fez questão de elogiar o primeiro livro de Susana Moreira: “O título do livro não é propriamente atraente, mas depois de o ler senti um certo apaziguamento perante a morte. Mostrou que este outro lado da vida pode não ser tão deprimente como seria de esperar“, disse.

Outro dos presentes entre o público no Café Bar Musicais questionou a jornalista e escritora sobre se o seu trabalho como jornalista a ajudou na elaboração desta sua obra: “Sim, claro que ajudou! O trabalho de campo e de pesquisa foi fundamental. Ver tudo, ouvir tudo…”, respondeu, antes de ser interrompida por um outro espectador que fez questão de referir: “Um bom jornalista pode dar um bom escritor, mas um bom escritor nem sempre dá um bom jornalista!”.
Em jeito de despedida, a autora de “Agora e Na Hora da Nossa Morte” fez questão de deixar uma frase para reflexão dos presentes: “Não podemos falar da morte sem falar da vida, não podemos falar da vida sem falar do amor”, transmitiu.

De notar ainda que Susana Moreira Marques, de 37 anos, já recebeu variados prémios, entre os quais o Prémio “AMI - Jornalismo Contra a Indiferença” e o Prémio “Direitos Humanos e Integração “ conferido pela Comissão Nacional da UNESCO e pelo Gabinete para os Meios de Comunicação Social.

Actualmente colabora com o Jornal “Público” e com o “Jornal de Negócios”, para além de escrever para várias revistas.