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Investigação deve diversificar financiamento
Eduardo Alves · quarta, 13 de mar?o de 2013 · @@y8Xxv O presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia esteve na Universidade da Beira Interior. O responsável pela principal estrutura de apoio à investigação em Portugal tomou contacto com vários projetos em curso na academia a apontou algumas linhas futuras, neste domínio. |
O encontro de trabalho reuniu várias dezenas de investigadores |
21951 visitas Miguel Seabra, presidente da FCT, leva da UBI um exemplo do que deverá ser a investigação e o financiamento deste tipo de atividades, nos próximos anos. Isto porque, Seabra mostrou-se bastante surpreendido ao tomar conhecimento do projeto desenvolvido no Departamento de Engenharia Eletromecânica que coordena um conjunto de universidades e conta com 5,5 milhões de euros de financiamento. Um exemplo que Seabra espera "ver reproduzido em mais universidades portuguesas. Ao longo da sua intervenção, no anfiteatro 8.1 da Faculdade de Engenharia da instituição, o presidente da FCT reportou-se diversas vezes ao projeto “Singular”, coordenado por João Catalão, cujo laboratório fez parte do conjunto de estruturas que visitou na sua deslocação à Covilhã. Recorde-se que este é o maior projeto científico desenvolvido na academia beirã e que conta com o apoio do 7º Programa Quadro. Fundos europeus, cerca de 5,5 milhões, objetivos concretos com ligação à indústria e aplicação a um vasto leque de áreas e também parceiros internacionais que vão desde universidades a empresas. Pontos reiterados por quem coordena a principal instituição de apoio à ciência em Portugal. Miguel Seabra aponta para o facto “evidente de um decréscimo de valores do orçamento de Estado transferidos para a ciência e para a investigação”. Perante este cenário “há que ter em atenção que os anos de grande crescimento em termos de apoio financeiro estão para trás e temos de alinhar as nossas estratégias”. Uma maior diversidade nas fontes de financiamento, com uma atenção redobrada para os fundos europeus, parece ser uma das apostas futuras. O presidente da FCT apresentou a evolução dos últimos anos, no que respeita ao apoio feito por esta entidade aos vários projetos académicos. Um dos sinais a ganhar maior atenção foi precisamente aquele que aponta para a FCT como única entidade financiadora de muitos projetos. Um cenário que Seabra diz não se poder repetir, face às restrições orçamentais. “A FCT não consegue apoiar todas as iniciativas de mérito das instituições nacionais daí que temos de investir no cofinanciamento da investigação e temos de procurar outros pontos de apoio”, remata Miguel Seabra. Nesta reunião com a comunidade académica, em que o presidente da FCT escutou algumas considerações de responsáveis por unidades de investigação da UBI, os fundos europeus ganharam toda a atenção. “Neste momento começam a desenhar-se as linhas do programa Horizon 2020. Este programa da Comissão Europeia dedicado à ciência tem uma postura mais ambiciosa para eixos como a ciência de excelência, liderança industrial e desafios da sociedade”, diz o presidente da fundação. Seabra espera que os investigadores consigam encontrar nestas formas de financiamento, um apoio complementar para as suas atividades. Outro dos parâmetros abordados nesta reunião diz respeito aos estatutos dos bolseiros e investigadores. Para o responsável pela FCT os próximos tempos devem ser de projetos com uma maior ligação às empresas e às necessidades sociais. Mas também devem ser desenvolvidos por recursos humanos com um maior reforço laboral. Daí que a perspetiva futura de algumas bolsas passarem a ser apoiadas por um período de cinco anos seja outros dos pontos pretendidos pela FCT. |