Membro da LPM Comunicação desde 1995, Armando Salvado começou por dizer que hoje em dia o ambiente numa agência de comunicação é “muito mais calmo”. Antigamente “era preciso uma tarde para enviar um press-release”, com a evolução das tecnologias todo esse trabalho foi facilitado. Nos dias de hoje o ambiente empresarial é muito mais tenso, “há mais stress” e os colaboradores são agora “mais incomodados” fora do horário de expediente. O conferencista alertou para a importância de uma boa relação entre os assessores e os jornalistas, pois assim torna-se mais fácil “conseguir publicar artigos do seu interesse”, desenvolvendo assim um melhor trabalho.

Ao contrário da publicidade, que dá a conhecer a empresa de maneira óbvia e em sítios próprios, a assessoria luta por espaços mais dedicados à notícia, “fazendo parecer que é o próprio jornal que está a informar”. “Às RP não basta seguir os canais tradicionais, há que marcar a diferença e conseguir distinguir-se num panorama sobrelotado de informação”, afirmou.

Armando Salvado, que atualmente está mais centrado nas empresas ligadas à Saúde e Finanças, alertou para a importância do sigilo profissional neste tipo de companhias. Muitas vezes “as informações são tão confidenciais que os próprios jornalistas só sabem no próprio dia que as coisas acontecem”, como é o caso dos eventos de divulgação de resultados de certas empresas.

Segundo o convidado, a comunicação social “já não está organizada em órgãos mas sim em multiplataformas”. Os próprios programas, rubricas, líderes de opinião já não se cingem apenas a um medium e “já não faz sentido compartimentar a comunicação em dois mundos paralelos” nem “separar as abordagens de cada um desses meios, já que eles se complementam”.

Na empresa de Luís Paixão Martins, as Relações Públicas são o fator principal de convergência entre os media tradicionais e os media sociais. Segundo Armando Salvado, a LPM aposta numa abordagem “fluida, integradora, hibrida à comunicação das marcas e das organizações”.

O conferencista disse que muitos dos clientes ainda não estão sensíveis ao online e muitos deles “não querem saber desses resultados”, embora o online tenha cada vez mais importância.

A sessão terminou com algumas perguntas por parte do público, que questionou Armando Salvado sobre as rotinas numa agência de comunicação, perspetivas de emprego na área, e temas do género.