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Cuba, a revolução que não acabou
Marina Azevedo · quarta, 6 de mar?o de 2013 · UBI Eduardo González Lerner, embaixador de Cuba em Portugal, esteve na UBI para apresentar a conferência Cuba: que futuro?. Esta iniciativa teve lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e foi organizada pelo Grupo de Estudos Políticos, juntamente com a direcção de Curso do 1º Ciclo em Ciência Política e Relações Internacionais. |
O evento foi promovido pelos alunos de ciência política |
21964 visitas A mesa composta por Tiago Ramalho, membro do Grupo de Estudos Políticos, e pelo professor Luís Madeira, docente da UBI, deu as boas-vindas ao embaixador e a todos os presentes. Eduardo González Lerner começou por apresentar um pouco da história do seu país, porque na sua opinião “para perceber o povo cubano é necessário saber o que aconteceu” no passado, pois é muito difícil “compreender um país, aplicando as regras do nosso próprio país”. Segundo Lerner, é impossível ter uma visão correcta de Cuba sem ir lá, uma vez que na sua opinião a comunicação social “distorce a realidade do país”. Cuba já em 1961 era um país bastante alfabetizado, apenas 2 por cento da população não sabia ler nem escrever, deste modo é um dos países mais alfabetizados do mundo. Atualmente possui 15 universidades e quatro institutos superiores. O ensino é grátis “desde a primária até à universidade”. Também a mortalidade infantil é uma das mais baixas a nível mundial, sendo 4,5 por cada mil nascidos vivos. O embaixador classifica o povo cubano como “um povo otimista, muito alegre”. Apesar de alguns falarem da falta de liberdade no país, ele deixa claro que “Cuba é um país livre”, embora “haja apenas um partido político o povo vota livremente, pois têm a possibilidade de votar em branco, se não concordarem”. O país neste momento caminha para a autossuficiência naquilo que pode produzir. Lerner afirma que “só não produz trigo, devido às condições climatéricas”. O embaixador não considera Cuba um país isolado do mundo, mas que “luta por produzir aquilo de que o povo cubano precisa para sobreviver”. Devido à Lei do bloqueio, por parte dos Estados Unidos, todos os produtos que tenham mais de 10% de conteúdo produzido nos Estados Unidos não podem ser comercializados em território cubano. Carros da marca “Toyota” não podem ser comercializados, por exemplo. O próprio envio de dinheiros de Cuba para a embaixada em Portugal é um processo dificultado pelos norte-americanos. Como maior parte dos bancos portugueses têm responsáveis/capitais dos EUA, o dinheiro tem que ir para um banco espanhol e só depois vem para Portugal, caso contrário ficaria apreendido. Como testemunha da revolução cubana, “que ainda não acabou”, o embaixador diz que foram vários os momentos que determinaram o presente e o futuro da ilha.
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