Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Câmara da Covilhã sem executivo
Eduardo Alves · quarta, 6 de fevereiro de 2013 · A última reunião pública da autarquia serrana acabou a meio. Insultos entre presidente e vereador da oposição ditaram o fim antecipado do encontro que decorreu na freguesia de Peraboa. Pelo meio, as reclamações de presidentes de junta e vereadores sociais-democratas. |
A sessão de câmara foi marcada pela troca de insultos entre edil e vereadores da oposição |
21975 visitas Na semana em que a Covilhã ficou sem salas de cinema, a sessão de câmara foi um verdadeiro filme. Um encontro de trabalho marcado para a freguesia de Peraboa acabou por terminar de forma abrupta com a saída dos vereadores do Partido Socialista e dois vereadores sociais-democratas. A troca de insultos foi longa e ruidosa. Carlos Pinto e Vítor Pereira escolheram a sessão pública que a autarquia promoveu na freguesia de Peraboa para se acusarem de “arruaceiro” e “ditador”. O episódio foi um de muitos que marcou a reunião, enquanto esta durou, uma vez que a saída dos eleitos socialistas e dois representantes do PSD levaram ao fim antecipado do encontro, por falta de quórum. Um encontro aberto à população que começou com intervenções do presidente da Junta de Freguesia de Aldeia de São Francisco de Assis. José Luís Campos pretendia contestar o comunicado lido por Pedro Farromba há algumas semanas relativamente ao atraso no arranjo da estrada municipal que serve aquela freguesia mineira. Contudo, o autarca acabou por “cortar a palavra” ao presidente de junta por este alegadamente ultrapassar o tempo que lhe era destinado. Um incidente que acabaria por ser pequeno relativamente à “cena” desempenhada pelo presidente social-democrata e pelo vereador e candidato socialista à autarquia serrana. Pedro Farromba, também vereador e candidato independente, quis entregar ao edil uma lembrança pelo apoio à realização do evento promovido pela Federação de Desportos de Inverno de Portugal, no passado fim-de-semana. Vítor Pereira mostrou a sua indignação pelo que considerou um “episódio de campanha eleitoral”. A partir de tal momento, Carlos Pinto acusou o eleito socialista de “arruaceiro” ao que este respondeu, considerando o autarca um “ditador”. A reunião haveria de ficar por ali, até porque, momentos depois de João Esgalhado, vereador eleito pelo Partido Social Democrata, que atualmente está sem pelouros, ter solicitado a discussão de alguns pontos que o presidente não quis agendar, este desafiou os restantes membros da câmara a saírem de um encontro “marcado pela ilegalidade”. Dois vereadores sociais democratas e três socialistas abandonaram a sessão, pelo que o encontro terminou por falta de eleitos. Vítor Pereira alega que os vereadores socialistas “têm vindo a contemplar com estupefação e preocupação a decomposição acelerada do executivo do município, multiplicando-se, em especial por parte do presidente da câmara, episódios prepotentes e desenquadrados da vivência democrática”. O mesmo classifica de “arruaça”, a sessão onde “não havia outra alternativa que não fosse abandonar os trabalhos”. Também Pedro Silva e João Esgalhado se demarcaram do que consideram ser “atos de propaganda política”, daí terem solicitado o abandono da sessão. Silva interroga porque é que “o vice presidente da autarquia quis numa sessão pública na freguesia de Peraboa entregar uma lembrança à câmara, mas na qualidade de presidente de uma federação que dirige”. Para o vereador eleito pelo PSD, “tal ato poderia ter sido feito no Jardim do Lago, naquele evento que foi também ele uma ação de propaganda”, remata. Após a saída dos vereadores, Carlos Pinto dirigiu algumas palavras aos populares presentes no local do evento para sublinhar “o que seria a câmara entregue a pessoas deste estilo”, numa referência ao abandono da sessão por parte dos eleitos. |