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O número de pobres em Portugal vai continuar a crescer
Tânia de Jesus · quarta, 23 de janeiro de 2013 · UBI A pobreza, a crise, a exclusão e o empreendedorismo social foram as temáticas sociológicas debatidas na Sessão Inaugural do quarto de século de Sociologia na UBI. |
UBI celebra 25 anos de ensino da Sociologia |
21972 visitas A exclusão e as desigualdades sociais são os fatores responsáveis pela crise em que Portugal se encontra. Esta justificação foi frisada por Luís Capucha durante a discussão do painel temático ‘Desigualdades, Exclusões e Sociedade Civil’, no âmbito da Sessão Inaugural dos 25 anos de Sociologia na UBI, que ocorreu no passado dia 16, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Luís Capucha, membro do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, afirmou que, segundo um relatório divulgado pela Comissão Europeia, “Portugal é o país onde as categorias mais pobres vão ser as mais afetadas pelos programas de ajustamento, ou seja, enquanto nos outros países as categoriais mais pobres foram, de modo geral, poupadas em Portugal não se verificou essa situação”. O professor do ISCTE defendeu que “60 por cento da população portuguesa está muito próxima do limiar de pobreza” e que é “provável que haja um ingresso, muito significativo, de pessoas que estavam acima dos limiares de pobreza dentro desses limiares”. Luís Capucha frisou que o “fosso entre os mais ricos e os mais pobres é cada vez maior”, e que no caso português esta situação pode gerar uma desconfiança dos cidadãos em relação ao Estado Democrático. Segundo admite, “as pessoas vão começar a pensar que a democracia serve para vivermos pior” e tornar-se-ão vulneráveis a “propostas de cariz populista”, o que será “um evidente perigo não só para o Estado Social, mas para o próprio regime democrático”. Alcides Monteiro, professor no Departamento de Sociologia da UBI, defendeu que é necessária a criação de empreendimentos sociais “capazes de responder a estímulos, incapacidades e necessidades que se encontram por satisfazer e que fazem e provocam dinâmicas de exclusão social”. O docente acentuou ainda que o empreendedorismo social pode ser abraçado por qualquer um e que este é, acima de tudo, um “serviço da luta contra a pobreza e exclusão social”. Esta sessão marcou o início de um ciclo de conferências a realizar, mensalmente, entre janeiro e junho. Nuno Miguel Augusto, presidente do Departamento de Sociologia da UBI, garantiu que o objetivo primordial deste evento é “ampliar o debate em torno de temáticas sociológicas”, mas também “promover a criação de links e de uma rede de relações com outras universidades, investigadores e centros de investigação”. O docente assumiu que faz um “ótimo balanço” do quarto de século de ensino da sociologia na UBI: “temos tido capacidade para recrutar alunos e preencher as vagas de acesso ao longo destes 25 anos, temos uma excelente taxa de empregabilidade, a rondar os 87 por cento e por isso são 25 anos repletos de sucesso”, acrescentou. O presidente do Departamento de Sociologia explicou ainda que “não existem muitas dissemelhanças entre os diferentes cursos de Sociologia [no 1º Ciclo] lecionados em Portugal, sobretudo, desde o processo de Bolonha”. Contudo, no 2º Ciclo os cursos passam a divergir, de acordo com, as área privilegiadas por cada instituição de ensino. “No caso da UBI existe uma maior especialização nas áreas que na Sessão Inaugural tiveram em debate, como a pobreza, a exclusão social e o empreendedorismo”, disse Nuno Miguel Augusto. |
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