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Crise foi palavra de ordem
Eduardo Alves · quinta, 3 de janeiro de 2013 · Desemprego, portagens, subida de impostos, entre outras situações menos boas fizeram com que 2012 não seja um ano de boas memórias para a Beira Interior. Um período marcado pela diminuição de postos de trabalho e implementação total de portagens nas autoestradas da região. |
A região conheceu em 2012 um dos seus piores anos |
21959 visitas Num período marcado pelo avolumar do desemprego, a associação de desenvolvimento rural ADERES tenta contrariar esta tendência ao apoiar a criação de 43 postos de trabalho. A Associação de Desenvolvimento Rural Estrela Sul (Aderes), com sede em Cortes do Meio, conseguiu 3.8 milhões de euros para a região. Verbas canalizadas para projetos que vão criar novos empregos. Outros setores estratégicos reforçam a sua presença no mercado, um deles é o vitivinícola. Os vinhos produzidos na região conheceram um aumento de exportação. Os países com economias crescentes, como Angola e Brasil são os principais destinos deste produto. Aníbal Coutinho, crítico de vinhos, esteve em algumas adegas para conhecer e promover diversos vinhos. Já a Enforce, empresa sedeada no Parque Industrial da Covilhã, foi a vencedora de um concurso público nacional, lançado pela Certiel. A empresa instalou 30 unidades de microprodução em todo o território nacional. Foi em Abril que a construção de uma das mais importantes estruturas da Portugal Telecom arrancou. O antigo aeródromo da Covilhã avaria de tornar-se, aos poucos, no novo centro de dados da telefónica. Nessa altura prometia-se festa e grande inauguração para o dia 12 do 12º mês de 2012. O tempo veio confirmar que o quase sempre acontece com as promessas políticas, o esquecimento. Este é também o ano da reorganização territorial. Por entre a luta contra a extinção de freguesias, os municípios da Covilhã e do Fundão aproveitam o momento para acertar estratégias e falar a uma só voz, exemplo disso mesmo a fusão de algumas comunidades, a promoção turística e a nega à reorganização judicial. Mas sem em algumas matérias, os municípios da região serrana andam de mãos dadas, noutras as desavenças parecem continuar, como é no caso da construção da barragem das Penhas da Saúde. Um período que não vai deixar saudade sobretudo ao município de Castelo Branco. Em 2012, a capital de distrito viu desaparecer várias centenas de postos de trabalho. O encerramento do call-center ligado à Segurança Social colocou sem trabalho 400 pessoas. A estas juntaram-se mais 300, despedidas da Delphi. No caminho da fuga de empresas ficam as portagens nas autoestradas da região. Ao longo do ano, a A23, principal eixo rodoviário da Beira Interior foi perdendo utilizadores. A solução governamental, retirar as isenções para os residentes, tomada em outubro, parece ter sido ainda pior. A partir de então todos os utilizadores das autoestradas pagam portagens por igual. Movimentos cívicos voltaram à luta contra a medida e apontaram um agravamento da crise. Nos últimos tempos de 2012 começaram os primeiros das campanhas autárquicas. Em outubro de 2013 os eleitores vão ser chamados às urnas a escolher os responsáveis pelos municípios portugueses. No espetáculo eleitoral que se avizinha, as primeiras atuações revelaram bem a novela política. A Covilhã parece ser exemplo disso com a multiplicação de candidatos. Vítor Pereira é, mais uma vez, a escolha do Partido Socialista, enquanto que Carlos Pinto irá apoiar um projeto independente, encabeçado por Pedro Farromba. Já João Esgalhado protagonizou o mais recente desentendimento no seio do executivo municipal covilhanense. Um dos vereadores que há mais tempo acompanhava Carlos Pinto sai da equipa com duras cíticas ao autarca social-democrata. Com este cenário deixa mesmo de existir maioria na edilidade. |