Depois de um jantar em família, com todas as iguarias tradicionais desta época do ano, alguns habitantes da freguesia de Avelãs de Cima juntaram-se à freguesia vizinha de Aguada de Cima para uma passagem de ano entre amigos.

Em Aguada de Cima, o café Borralheira e os seus habituais karaokes já fazem parte dos fins-de-semana da comunidade desde há dois anos. Na noite de reveillon, quebrou-se a rotina e os convidados especiais foram os “Andarilhos”, uma banda recém-formada que trouxe boa disposição a quem escolheu passar a noite especial junto dos “amigos da Borralheira”.

A proprietária do café, Elis Ângela, de sangue carioca, explicou que o convívio se organizou na última hora a pedido dos clientes, e que a escolha da animação se prendeu com a amizade pela banda e pela ajuda que precisa quando dá os primeiros passos no ramo da música. As saudades do Brasil foram também referidas e a crise acabou por impedi-la de passar as festas de final de ano  junto da família. A decisão de não cobrar a entrada foi também influenciada pela conjuntura económica atual.

Geovani Almeida, um dos integrantes da banda, explicou que foi com muito orgulho que aceitou o convite para atuar na noite de fim de ano. “Já conhecíamos a Ângela e como não tínhamos nada marcado e também somos brasileiros, decidimos vir abanar este pessoal simpático com o nosso forró”, acrescentou com risos.

Apesar de poucos, novos e velhos dançaram ao ritmo brasileiro, uma atmosfera também escolhida por seis emigrantes provenientes da freguesia de Avelãs de Cima. José Soares, emigrante na Suíça, diz ter escolhido a passagem de ano brasileira porque quando está em Portugal visita sempre os amigos do café, e que é sempre melhor que estes momentos sejam passados junto dos amigos. Paula Machado, também escolheu o convívio na Borralheira para entrar no novo ano. Divorciada e com 46 anos, é cliente assídua nas noites de karaoke aos sábados e como tal também nesta noite marcou presença junto dos amigos que foi fazendo ao longo do tempo.

Às 22 horas começou a música, e quando chegou a hora da contagem decrescente, desejaram-se boas entradas e todos se cumprimentaram calorosamente. As tradicionais doze passas foram distribuídas e o espumante ficou a cargo dos emigrantes, que fizeram questão de partilhar com os seus amigos as garrafas que trouxeram do país que os acolheu. Depois da meia-noite, a música continuou a animar as pessoas e a festa prosseguiu até às três da manhã.