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TORTOSENDO: a tradição ainda é o que era
Tânia de Jesus · quinta, 27 de dezembro de 2012 · Continuado Nesta vila do concelho da Covilhã, a quadra natalícia ainda é vivida com entusiasmo e fervor, sobretudo, pelas gentes mais velhas que lutam pela preservação das tradições, nomeadamente, da Missa do Galo, do madeiro e das filhós de Bolo da Festa. |
Presépio da Igreja Matriz do Tortosendo |
22018 visitas Na noite de 24 de dezembro, dezenas de famílias tortosendenses deixaram as suas casas para assistirem na Igreja Matriz do Tortosendo à tradicional Missa do Galo, frequentemente, denominada de Missa da Meia-noite, na qual festejaram o nascimento do menino Jesus. Etelvina Gonçalves, de 78 anos, diz que ir à Missa do Galo é o cumprir de um costume que lhe foi transmitido pelos seus pais e que hoje faz questão de passar aos seus filhos e netos. Durante a Missa do Galo, celebrada pelo padre Feliciano Sila, entoaram-se cânticos natalícios cristãos, nos quais se festejou o ‘nascimento do Salvador’. No final da missa, os fiéis dirigiram-se ao altar para ‘beijar o menino’, uma réplica do menino Jesus. No final da missa, os tortosendenses reuniram-se no adro da Igreja em volta do madeiro, aceso minutos antes do início da Missa do Galo, que iluminava a noite natalícia e ajudava a combater o frio que se fazia sentir. Para Isilda Santos, de 50 anos, natural do Tortosendo, o madeiro é uma oportunidade para reencontrar os amigos de infância. Ao nível gastronómico, as filhoses feitas a partir da massa de Bolo da Festa, o ícone de doçaria do Tortosendo, fizeram as delícias, em noite de consoada. Como explicou Américo Ramos, principal fabricante da iguaria, o Bolo da Festa é simples, sendo composto apenas com farinha, azeite, ovos, açúcar e fermento. Antigamente produzia-se apenas pela Páscoa, mas com a sua comercialização passou a ser produzido todos os dias e hoje é conhecido além-fronteiras. Apesar desta ser uma época de consumo desenfreado de doces, Américo Ramos lamentou um decréscimo significativo das vendas do Bolo da Festa, nesta quadra natalícia, o que para si se deve, essencialmente, à crise que se vive em Portugal e que, infelizmente, se alastrou a muitas famílias da região. |
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