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ERASMUS: a tradição na medida do possível
Gésseca Bonfim · quinta, 27 de dezembro de 2012 · Continuado O Natal multicultural dos estudantes estrangeiros foi marcado por improviso e companheirismo na busca de manter as tradições da data |
Foto: Kashmir Thamires Soares |
21976 visitas Durante o Natal nem todos os estudantes estrangeiros da UBI puderam voltar ao seu país. A solução encontrada pela maioria foi passar a data com os amigos e tentar manter as tradições. Na maioria dos casos, o principal motivo para terem ficado em Covilhã foi o alto custo com a viagem. “Não compensa irmos para casa com tão pouco tempo, se as passagens são tão caras”, comentou a romena, Ana Maria Butescu, de 23 anos. Um dos momentos mais marcantes para todos foi a ceia no dia 24, pois refletiu a tentativa de manter as tradições de cada nacionalidade. Os estudantes polacos, romenos, belgas e checos, cozinharam e jantaram na Residência Pedro Álvares Cabral. Durante os preparativos nas cozinhas da residência os jovens fizeram pratos típicos de seus países. O estudante polaco Tomasz Nowacki, de 21 anos, disse não estar descontente por passar a data em Portugal. “Essa é uma oportunidade de ter uma nova experiência no Natal, passando com os amigos noutro país”. Na Polónia não se come carne no Natal, somente peixe, mas a espécie tradicionalmente usada não foi encontrada em Covilhã, por isso, os polacos optaram por pratos com legumes e massas. Os estudantes da República Checa, Ohdra Hamernik e Jirka Sipler, de 25 anos, também adaptaram a sopa típica que fazem no Natal, substituindo o peixe por frango. A ceia com o maior número de estudantes brasileiros foi realizada fora das residências, no apartamento de dois deles. Cerca de 30 estudantes de Covilhã e de Évora, que vieram à região para conhecer a Serra da Estrela, passaram a tradicional ceia reunidos. “Senti-me de fato num intercâmbio. Foram pessoas de vários estados, com costumes e gostos diferentes que, naquele momento, estavam juntos pra confraternizar, gostei muito”, comentou um dos anfitriões, Josemir de Carvalho, de 21 anos, que também falou sobre a dificuldade de estar longe da família. “Foi difícil, não tem como negar. Mas até nisso aprendi, com a falta que eles me fizeram. Quando liguei pro Brasil foi uma choradeira só, mas faz parte da experiência.” O jantar, que começou a ser preparado no dia anterior, teve pratos típicos, como o peru assado e a rabanada de sobremesa. O estudante Weber de Souza, principal responsável pela ceia, comentou as alterações que teve de fazer no cardápio por falta de ingredientes. “Aqui em Portugal fico mais restrito em fazer comida brasileira, então tenho que 'inventar' e adaptar um pouco, mas nada que não se resolva”. Após o jantar uma roda de samba animou os convidados com músicas brasileiras. A estudante Ana Clara Macedo, de 20 anos, disse ter ficado muito contente com a confraternização. “Achei muito divertido, diferente dos Natais passados no Brasil, apesar de não termos feito nada tão tradicional, foi bem brasileiro porque teve muita música, comida e alegria”, comentou. |