Apresentado por Manuel da Silva Ramos como um escritor "cuja poesia faz lembrar os poetas franceses do séc. XIX", Jaime Rocha, autor de obras como "A Loucura Branca" e "Anotação do Mal" aclamada com Prémio Ciranda e Prémio Pen Club, acaba de lançar um novo romance intitulado de "A Rapariga Sem Carne". Na dramaturgia, Jaime Rocha é autor de 15 peças levadas à cena em Portugal e no estrangeiro, entre as quais se destaca "Homem Branco Homen Negro", que venceu o Grande Prémio do Teatro Português SPA/Novo Grupo, de 2004.

Ao longo da sessão, Jaime Rocha descreveu as suas obras com especial incidência para "A Rapariga Sem Carne" e "Lacrimatória", inspirado na história de uma modelo inglesa do séc.XIX chamada Elizabeth Siddal.

A morte e obscuridade muito presentes nos seus romances levaram o  público a colocar algumas questões. Jaime Rocha explicou que "esta tendência surge de memórias de infância, do luto das peixeiras da Nazaré, suicídio de um familiar próximo e do facto de ter nascido numa época escura e com pouca iluminação", incidências na sua vida que serviram de inspiração para criar as suas obras.

O escritor fez uma retrospetiva da sua vida profissional e lembrou os tempos de jornalista e editor no jornal Público e garantiu sentir falta da adrenalina que o jornalismo lhe proporcionava. A propósito comentou a crise na venda dos jornais em papel afirmando que percebe "a preferência dos jovens pelo online, mas a leitura que me dá prazer é feita em papel."

A última sessão do café literário deste ano ficou marcada pela fraca adesão, mas também por um clima familiar criado entre o escritor e o auditório.