Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Dez anos a recuperar património rural
Alcina Gomes · quinta, 27 de dezembro de 2012 · A Aldeia do Xisto revitalizaram a região: só em 2011 passaram por esta zona interior cerca de 30 mil visitantes. |
Janeiro de Cima uma das aldeias da rede turística |
21968 visitas A Rede das Aldeias de Xisto arrancou há dez anos. Uma década passada e o interior centro do país ganhou vida ao beneficiar de novos planos de desenvolvimento sustentável, de âmbito regional. Castelo Branco, Fundão e Covilhã integram o projeto. “Os benefícios são muitos, recuperaram-se casas e caminhos e veio mais gente”, diz Joaquim Cabaço, reside em Janeiro de Cima (Fundão) onde tem uma loja. Reconhece mudanças desde que a sua terra integrou a Rede das Aldeias de Xisto e diz que “as mudanças foram muitas e para melhor”. Ao todo são 27 as Aldeias de Xisto distribuídas pela Região Centro. Um projeto que operou mudanças, sobretudo no setor turístico, mas também na preservação da cultura e do património do mundo rural. Só em alojamento a Rede disponibiliza hoje cerca de 600 camas, em zonas onde antes não existia praticamente oferta. Ergueram-se casas e espaços de turismo rural, melhoram-se os acessos e criaram-se novas infraestruturas que atraem cada vez mais turistas. A preservação da natureza e das tradições locais são a aposta e o fio condutor deste processo que envolve 21 municípios e que tem também como objetivo travar o despovoamento do interior do país. Só o distrito de Castelo Branco integra cinco destas aldeias: Martim Branco e Sarzedas (Castelo Branco), Barroca e Janeiro de Cima (Fundão) e Sobral de S. Miguel (Covilhã). Dez anos depois do projeto ter arrancado com um investimento inicial de 15 milhões de euros, os benefícios mais visíveis assentam na recuperação de imóveis, estradas e espaços públicos que “tornaram as aldeias mais vistosas”, acredita Rui Simão. Mas há também que contabilizar o cada vez maior número de turistas que visita cada região. Segundo o coordenador da Rede das Aldeias de Xisto, “só em 2011 passaram pelo território da rede 30 mil pessoas, com base nos inquéritos preenchidos pelos associados”. E, desde 2007, que “as intenções de investimento privado no território ascendem a 20 milhões de euros, ultrapassando os dinheiros públicos enquanto locomotiva dos empreendimentos na rede”. A crise pode ter vindo pôr um travão a um mais célere desenvolvimento, mas Rui Simão considera que pode revelar-se, por outro lado, um estímulo para quem, “no meio da crise, quiser mudar de vida, fixando-se nestes locais”. |