Esta iniciativa tem como objetivo consciencializar a sociedade para questões relacionadas com a deficiência, a necessidade de melhorar acessos e equipamentos fundamentais para a sua integração e mobilidade, assim como lutar contra atos discriminatórios de que são alvos os portadores de deficiência.

O Centro Regional de Informação das Nações Unidas (UNRIC) indica que dez por cento da população mundial, ou seja, 650 milhões de pessoas vivem com uma deficiência. A Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que o número irá aumentar devido ao crescimento demográfico, aos progressos da medicina e ao processo de envelhecimento.

Outros dados fornecidos pela ONU demonstram que 80 por cento das pessoas com deficiência vivem nos países em desenvolvimento e após realização de estudos relativos à taxa de alfabetização, apenas três por cento dos adultos sabem ler ou escrever, sendo que um por cento correspondem a mulheres. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, apelou ao fim dos preconceitos e discriminações para com as pessoas portadoras de deficiência, contribuindo assim para uma sociedade igualitária.

O acesso ao emprego e educação constituem os maiores entraves à integração de pessoas com deficiência na sociedade, aliando estes aspetos aos inúmeros obstáculos físicos a que estão sujeitos. Para muitas pessoas com deficiência o trabalho por conta própria acaba por ser a única alternativa possível.

Um dos exemplos das dificuldades de acesso ao emprego e educação são os edifícios históricos, com construções arcaicas, que costumam dificultar a instalação de acessibilidades para pessoas portadoras de deficiência.

A Universidade da Beira Interior, como edifício histórico contrariou, no geral, esta tendência. Para Nelson Fernandes, aluno de sociologia e utilizador de cadeira de rodas, as acessibilidades da UBI destinadas à sua melhor mobilidade ajudam-no bastante na deslocação para as aulas e todo o tipo de atividades em que tenha de participar dentro dos vários edifícios da universidade.

Os elevadores são apontados pelo aluno como sendo a maior ajuda, deixando-o à vontade para qualquer deslocação dentro do pólo em que tem aulas, ou precisa de se deslocar.

Contudo, apesar de serem várias as acessibilidades que facilitam o dia-a-dia de Nelson, as dificuldades também surgem. A maior dificuldade que o aluno aponta é o facto de no pólo IV (Ernesto Cruz) existir uma mistura de pisos com outros, que se encontram interligados por diferentes plataformas ou elevadores mais pequenos. Perante isto, Nelson Fernandes refere: “estes mecanismos não podem com a minha cadeira devido ao peso”.

Numa possível alteração destas acessibilidades, ou o seu melhoramento, o aluno aponta para o problema destes elevadores e plataformas, sugerindo que estes poderiam ser mais fortes para poderem aguentar peso suficiente para o aluno se poder deslocar entre estes pisos.