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Ana Madureira traz à Covilhã "CabraCega"
Regina Henriques · quarta, 5 de dezembro de 2012 · CabraCega foi a peça escolhida para terminar mais uma edição do "1º Andar - mostra de criadores emergentes". O espetáculo realizou-se no auditório Teatro das Beiras da Covilhã e encerra dez anos de atividade da Quarta-Parede. |
"CabraCega" é uma exploração sobre o que é ser mulher, num território obscuro entre o sonho e a realidade(...)" Ana Madureira |
21981 visitas Apelidada pelo encenador como uma viagem que começou há um ano e meio, Pedro Fabião explicou que o projeto começou “totalmente às apalpadelas”, a partir de material seu, e daí surgiu o título da dramatização. “CabraCega”, a narrativa pouco verbal e muito dançada de 50 minutos interpretada por Ana Madureira, estreou-se na sua segunda versão na passada sexta-feira na Covilhã, e dividiu o público em diferentes interpretações. No foco da narrativa estão várias facetas de uma mulher em busca de si mesma, ensombrada em feitiços, cartas e vozes estranhas. “Aqui há solidão, há uma vontade de amar, vontade da presença de um homem, há uma ligação pesada com uma avó que é em geral uma ligação com os antepassados da personagem”, explica Pedro Fabião. Após a peça, a atriz e o encenador conversaram com o público num ambiente informal e pediram aos espectadores que expusessem as suas interpretações. Depois de ouvidas várias opiniões, onde foram vincadas palavras como esquizofrenia, trauma e maldição, Pedro Fabião disse que todas as interpretações reunidas na sala eram válidas e que o objetivo da peça era mesmo não ter uma resposta certa. “Sabemos o que isto é para nós, mas vamos deixar o máximo possível em aberto para perceber o que o público acha. Tratamos esta peça como um ser no qual não temos controlo, achamos importante deixar que o público entenda sozinho”, acrescentou. A peça que encerrou o 1º Andar 2012, tem a encenação e assistência de Pedro Fabião e Jaime Mears, colaboração na criação de André Braga, Cláudia Figueiredo e Blaise Powel, construção de Nuno Guedes e Nuno Brandão, luz de Francisco Teles, produção e direção de Ana Carvalhosa e Cláudia Santos e interpretação/ideia original de Ana Madureira. |
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