Com vista a proporcionar um Natal mais confortável, a Santa Casa da Misericórdia da Covilhã arrancou no dia 8 de Novembro com o projeto “É Natal!”, que teve lugar na Igreja da Misericórdia. O objectivo é a recolha de alimentos que irão ser entregues a cerca de oito dezenas de famílias carenciadas do concelho.

Em pleno contexto de crise económica, e com a época natalícia à porta, são muitos os valores que imperam nesta altura festiva. O egoísmo cede lugar ao altruísmo e a ajuda ao próximo passa a constituir algo mágico e imperioso para as pessoas que dão mais um pouco de si.

É assim que a missão da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã (SCMC) define as suas linhas mestras para o programa do cabaz “É Natal!”. A campanha consiste na recolha da mais variada seleção de alimentos não perecíveis que irão ser distribuídos no dia 15 de Dezembro às famílias mais carenciadas do concelho e ainda à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJ).

A ajuda prestada pela Santa Casa não se confina à Covilhã já que atinge as freguesias envolventes. Segundo o provedor da SCMC, Pedro Paiva, este refere que as “necessidades são muito variadas e diferem de concelho para concelho”, tendo por isso a Santa Casa uma preocupação na repartição equitativa deste grande cabaz de Natal “de acordo com as informações que cada freguesia nos faz chegar”.

Através de iniciativas como estas, a Santa Casa faz chegar a sua ajuda direta a cerca de 80 famílias em risco, um número significativo que admite um aumento, já que segundo Pedro Paiva “apesar de a Santa Casa estar em várias áreas e em várias ajudas prestadas, estas irão ser insuficientes num futuro próximo”.

O também Pedro Paiva aponta como principais agentes responsáveis pela preocupante situação atual e futura, a presente situação de desemprego e falta de rendimento das pessoas que se perpetua e alastra cada vez mais a nível local e concelhio. Segundo o provedor da Santa Casa, esta conjuntura desencadeia múltiplas reações negativas principalmente para a instituição, já que “as pessoas pelo problema do desemprego deixam de ter as crianças nas instalações da Santa Casa e isso reflete-se de forma direta na receita”.

A Santa Casa da Misericórdia da Covilhã apresenta graves problemas financeiros. Para tal, o provedor Pedro Paiva fala na necessidade de encontrar uma “fórmula mágica” para assegurar a instituição, referindo mesmo que tudo isto passa por uma “questão de fundo”, salientando ainda a questão insuportável do IVA de 23 por cento. Pedro Paiva reitera ainda que “há que estar preparado para o futuro” onde as receitas são escassas, as necessidades a aumentar e as taxas a pagar em crescimento. A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas do Pólo I decidiu também junta-se a esta causa solidária, onde a recolha de alimentos nos principais pontos estratégicos das portarias decorrerá até dia 13 de Dezembro.