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Futuro do jornalismo pensado na UBI
Eduardo Alves · quarta, 21 de novembro de 2012 · @@y8Xxv Um debate intenso e alargado sobre as novas formas e ferramentas para se fazer jornalismo decorreu durante dois dias na Universidade da Beira Interior. A academia recebeu profissionais da área, docentes, investigadores e empresas no sentido de perceber as tendências desta área e projetar caminhos para o futuro. |
O evento contou com mais de duas centenas de pessoas entre alunos, docentes e profissionais da área |
21969 visitas Os dispositivos móveis fazem cada vez mais parte do quotidiano. Desde o telemóvel ao computador portátil, passando pelo tablet e outros aparelhos semelhantes. Uma verdadeira revolução no acesso à informação, através deste tipo de equipamentos está a alterar sobremaneira a forma como se produz e distribuiu informação, nomeadamente, jornalismo. Nesse sentido, a iniciativa contou com uma pré-conferência, proferida por Denis Renó, da Universidade do Rosário, Bogotá. Uma intervenção que versou sobre “Jornalismo transmídia: métodos e ferramentas”. Já na primeira manhã de trabalhos, a conferencia inaugural ficou a cargo de Juan Miguel Aguado. O docente e investigador da Universidade de Múrcia veio até à Covilhã falar sobre as indústrias de conteúdos para os dispositivos móveis e para o apoio à informação no sentido de descortinar os seus horizontes, as suas principais ameaças e oportunidades. Um período que contou também com a primeira intervenção dos representantes do tecido empresarial da área. António Gil, da Dom Digital; Paulo Fernandes, da Universal Tech; e Daniel Nunes, da Niiiws foram os oradores que tomaram a palavra numa mesa de debate dedicada ao software que se produz para os novos dispositivos móveis. Esta foi uma das principais marcas das jornadas internacionais, que trouxeram à academia representantes das empresas, ouvindo as suas ideias, mas refletindo também sobre as suas necessidades e criando pilares de apoio para o futuro. Nesse sentido, decorreu ainda um workshop de programação de Android Apps. Os trabalhos durante a tarde do dia 15 de novembro concentraram-se na mesa de hardware e serviços, com Tiago Lopes, da TMN e Nélson Lourenço, da Vodafone, a apresentarem o futuro dos dispositivos móveis por parte das principais operadoras no território luso. Seguiu-se a conferência de Suzana Barbosa, da Universidade Federal da Bahia, intitulada “Jornalismo em médias móveis. Entre a transposição 2.0 e os produtos autóctones. Para o último dia do congresso reservou-se uma das mais aguardadas atividades. Uma palestra e debate sobre jornalismo, onde marcaram presença Henrique Monteiro, do grupo Impresa – Expresso, Pedro Tadeu, do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF e José Alberto Carvalho, da Media Capital – TVI. Três dos mais reconhecidos profissionais da área passaram em revista o que tem sido feito pelos grupo de comunicação na área do jornalismo, o futuro e as apostas destas mesmas entidades nos dispositivos móveis e os papéis quer de profissionais, quer de leitores, em todo o processo. No entender de Henrique Monteiro, um dos conceitos chave que se pode retirar da mudança em curso nas tecnologia e no processo comunicativo é o “importância do jornalista e do jornalismo. A responsabilidade dos profissionais de comunicação deve manter-se em qualquer formato, quer seja em papel, televisão, mobile, rádio, ou qualquer outro”. O antigo diretor do semanário Expresso recorda que o grupo Impresa foi o primeiro a aderir às plataformas mobile, em Portugal e hoje, a venda de jornais neste suporte, no caso do semanário e da revista Visão, representam já dez por cento do volume total de vendas. Quanto ao futuro, Pedro Tadeu, do Diário de Notícias, aponta o facto das redações ainda não estarem “bem equipadas para os novos tipos de jornalismo”. Um dos pontos deixados pelo jornalista vai no sentido de se criarem novas relações entre designers, jornalistas e informáticos, no seio das redações. A mudança implementada pelas novas tecnologias vai levar a uma alteração no seio dos jornais, na relação com a sociedade “e na forma como se constroem as narrativas, que têm de ser específicas de um meio”, apontou, na mesma linha, Henrique Monteiro. A mudança constante do ecossistema comunicativo leva investigadores, docentes e profissionais da área a mostrarem-se convictos que as novas tecnologias abrem formas de comunicar inéditas e por isso mesmo, criam condições para se poder pensar uma solução para os entraves criados pela crise económica. |