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Covilhã põe diabéticos a mexer
Eugénia Inácio · quarta, 14 de novembro de 2012 · Para ajudar no tratamento da diabetes tipo 2 realizam-se sessões de exercício físico três vezes por semana no Complexo Desportivo da Covilhã. |
Diabéticos praticam exercício no Complexo Desportivo |
22011 visitas “Diabetes em Movimento” é o nome do programa comunitário de exercício físico para diabéticos de tipo 2. O programa decorre no Complexo Desportivo da Covilhã todas as segundas, quartas e sextas-feiras, das 18h às 19h30. O projeto tem o apoio da Câmara Municipal da Covilhã, que cede o espaço do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD) e é monitorizado pelo Departamento de Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior. O programa, que se direciona especialmente para diabéticos tipo 2, preocupa-se em supervisionar a atividade física e com o tratamento, controlo e prevenção da doença, de forma a que estes doentes aos poucos consigam modificar estilos de vida. O programa “Diabetes em Movimento” está organizado de forma gratuita para que mais diabéticos possam aderir. Os utentes são encaminhados para este programa através das consultas de diabetologia, ou de nutrição e atividade física do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), ou através dos centros de saúde da região. A ligação da diabetes tipo 2 ao exercício físico deve-se ao facto do excesso de gordura potenciar a resistência à insulina (fármaco usado no tratamento de diabetes), e só com a diminuição de gordura a insulina poderá atuar no organismo, permitindo um controlo glicémico mais eficaz. Por este motivo, Romeu Mendes, diretor técnico do programa, refere que o exercício físico é um “pilar do tratamento da doença, uma terapia não farmacológica que só traz benefícios”. Ana Santos, uma das utentes do plano de exercícios, gosta de o frequentar, pois nota que se sente melhor e diz que “os níveis de glicemia não sobem tanto”. Confessa que há dias em que se sente mais preguiçosa, mas tem consciência que “é necessário fazer”. Da mesma opinião é António Lopes, também participante do programa, que verifica os “movimentos mais leves e os ossos e as articulações menos presas”. Elogia a iniciativa que considera estimulante e lhe dá “força para continuar”. A iniciativa é organizada com “o rigor científico que a doença exige, mas ao mesmo tempo com alguma brincadeira” disse Sofia Sousa, umas das monitoras do projeto. Em cada sessão costumam estar presentes cerca de 12 a 13 utentes. Sofia Sousa considera que há uma “participação positiva, mesmo nos dias em que a meteorologia não ajuda”. Geralmente, as aulas começam com umas caminhadas ao ar livre e o resto da aula é passada dentro da sala com exercícios que trabalhem os músculos e as articulações. Por vezes, há ainda espaço para uma partida de voleibol. Para além do exercício, Romeu Mendes, alerta que “a alimentação é outro dos pontos essenciais para tratar diabéticos”. Numa altura em que o sedentarismo é o quarto fator de risco para a mortalidade global, é “importante que toda gente adira à prática de exercício físico no seu dia-a-dia” explicou Romeu Mendes. No entanto, não existem apoios que assegurem este serviço para todos, e por esse motivo direcionam-no para determinadas patologias. Durante as manhãs existem também atividades para a terceira idade. Cada sessão é acompanhada pelo director técnico do programa e por alunos do departamento de Ciências do Desporto, monitores da aula. Para comemorar o Dia Nacional da Diabetes irá ser realizada uma atividade, no dia 16 de novembro, na Escola Quinta da Palmeiras, que visa reunir todos os diabéticos tipo 2 do concelho, para uma tarde de exercício físico. |
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