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Dez anos de Banco alimentar na Cova da Beira
Marina Azevedo · quarta, 7 de novembro de 2012 · Foi com um grande espírito de solidariedade que o Teatro Municipal da Covilhã abriu as portas, no passado Sábado, para um espectáculo que assinalou o 10º aniversário do Banco Alimentar. A noite foi animada por vários grupos da região. |
21978 visitas Paulo Pinheiro, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira, agradeceu a todos os que “ao longo destes dez anos têm colaborado com o banco alimentar”. No seu discurso referiu ainda que precisa de “mais voluntários que consigam, de uma forma mais permanente, colaborar” com vista a “recolher mais alimentos". Alertou também para o facto de haver necessidade de fazer obras no espaço cedido pela REFER, para armazém, com o objetivo de levar a cabo as “atividades da melhor forma possível”. Paulo Pinheiro recorda que esta ideia de criar um banco alimentar na região foi obra de Ricardo Pinheiro Alves que “conhecia o Banco Alimentar de Lisboa e decidiu tentar também replicar aqui a ideia”. O responsável do BACFCV lembra ainda que já foram distribuídos “mais de mil toneladas de alimentos” e que o banco alimentar “não é mais do que a soma da boa vontade de muita gente”. Referiu também que face à conjuntura atual do país as pessoas ajudam mais em tempo de crise. “Algumas não o farão por incapacidade, mas nós sentimos que as pessoas aumentam muito a solidariedade, quer em termos de doações, quer em termos de tempo que dão para estas causas”, proferiu. O balanço que faz destes dez anos é “muito positivo” e acrescenta que a maior recompensa, a nível pessoal, é "saber que alguém, à noite, consegue jantar”. Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa e Europeia de Bancos Alimentares, disse também que os bancos alimentares são “o maior projecto da sociedade civil que houve em Portugal no pós-guerra, porque juntou pessoas de boa vontade. É com alegria que se festeja, dez anos de um projecto que não devia existir”. Confessa que o seu maior sonho é poder “fechar o banco alimentar” visto que considera “uma indignidade no século XXI, haver pessoas que precisam de ajuda para comer”. Segundo Isabel Jonet, ainda há necessidade de abrir mais dois ou três bancos do género, “ nomeadamente na zona de Bragança, Vila Real e eventualmente mais um, numa das ilhas”. Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, prometeu “criar as condições”para ajudar esta causa, nomedamente na melhoria das condições de armazenamento. Revelou ainda que a Câmara Municipal da Covilhã assume o compromisso de “resolver o problema brevemente” e deixou um apelo a todos os voluntários para que continuem a trabalhar “para que esta ação se desenvolva” e “alcance aqueles que precisam”. Alexandre Soares, de 45 anos, é engenheiro Têxtil e voluntário há cerca de quatro anos. As suas funções passam pela “coordenação e transportes” que considera fundamentais para o bom funcionamento da instituição. Alexandre revela que o seu trabalho depende bastante da ajuda “de muitas empresas da Covilhã” que lhes “cedem gratuitamente veículos” como forma de ajudar a instituição nas campanhas. A nível pessoal, a maior recompensa é saber que estamos “a ajudar alguém que precisa”. Apesar da crise económica que o país atravessa, Alexandre Soares salienta que é “nestas alturas as pessoas mais ajudam’. A próxima campanha de recolha de alimentos irá realizar-se no dia 1 e 2 de Dezembro em vários supermercados do país. Tal como ano passado, as pessoas podem também fazer o seu donativo através da campanha on-line. O espetáculo contou com vários grupos da região como o Orfeão da Covilhã e os grupos: Musical EPABI, de danças de Salão da Banda da Covilhã, de fados “Meu Fado”, de Cavaquinhos ‘Os turistas’ e de Cantares “ Tantos & Mais um”. Os ingressos tiveram um custo de cinco euros que reverteram a favor da instituição. |
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