Auto-apelidando-se de “jornalista MacGyver”, Luís Pires abordou o jornalismo dócil, de sentimentos e pressões, considerando que é impossível para qualquer profissional da área se alhear das emoções em tudo aquilo que faz. Luís Pires salientou ainda que as regras básicas do jornalismo podem variar: pode haver menos ética, menos isenção e menos objectividade, mas nada disto se extingue quando se escreve com o coração. “Entrevistar uma mulher violada é horrível. Dá-me vontade de chorar”, menciona Luís Pires, que acredita que uma notícia só consegue ser completamente relatada se se aliar à parte emocional de quem a “conta”. Para ele, um jornalista não tem de ser totalmente frio, a sua condição de humano não o permite.

Entre histórias de vida, como a do dia em que foi ferido com um tiro no pé, Luís Pires relatou alguns dos acontecimentos mais marcantes da sua rica vida profissional e sublinhou que os jovens jornalistas devem estar preparados para as pressões que a profissão acarreta. Salientou que o jornalismo de hoje caminha cada vez mais para uma perda de poder, porque os cortes orçamentais  e a quebra de receitas publicitárias também afeta a comunicação social.

No encerramento de sessão, Luís Pires deixou uma palavra de incentivo aos alunos de Ciências de Comunicação. Confrontado com a crescente dificuldade em encontrar um primeiro emprego em tempos de crise, Luís Pires disse achar que “há muita esperança”, acrescentando ainda que os alunos devem ser originais, inovadores e ousados,  e devem procurar lançar as suas próprias empresas.